Partidos políticos e entidades entraram nesta sexta-feira (29) com uma ação no STF (Supremo Tribunal Federal) para suspender a Lei nº 14.701/2023, que estabeleceu a tese do marco temporal para a demarcação de terras indígenas.
Pela tese, os indígenas somente têm direito às terras que estavam em sua posse no dia 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição Federal, ou que estavam em disputa judicial na época.
Na ação, a Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), a Rede Sustentabilidade e o PSOL pedem que a lei seja declarada inconstitucional e suspensa até o julgamento definitivo da questão na Corte.
Leia mais:
Prazo para pedir reaplicação de provas do Enem 2024 começa nesta segunda
Proposta a respeito do fim da jornada 6x1 movimenta redes sociais
Gabarito oficial do Enem vai ser divulgado até 20 de novembro
Enem tem questões sobre vacina da Covid e microplásticos no 2º dia de prova
No dia 14 deste mês, o Congresso Nacional derrubou o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao projeto de lei que validou o marco temporal. Em setembro, antes da decisão dos parlamentares, o Supremo já havia decidido contra o marco.
A decisão da Corte foi levada em conta pela equipe jurídica do Palácio
do Planalto para justificar o veto presidencial. A lei foi promulgada
na quinta-feira (28) pelo Congresso.
De acordo com a Apib e os partidos, os dispositivos da lei que validou o marco temporal já foram declarados inconstitucionais pelo Supremo. Para as entidades, a manutenção da vigência da lei coloca em risco os povos indígenas.
"A vigência da lei vergastada poderá gerar danos irreversíveis aos povos indígenas, exemplificativamente: paralisar todos os processos de demarcação que estão em curso, consolidar e incentivar mais invasões nas terras indígenas, permitir a implementação de obras sem o devido processo legislativo e consolidar violações de extrema gravidade contra os povos indígenas", afirmam os partidos.
Nesta quinta-feira (28), o PL, o PP e o Republicanos entraram com uma ação para garantir a validade
da lei e do marco temporal. Na ação encaminhada ao Supremo, os partidos
alegam que o Congresso exerceu sua competência legislativa ao validar o
marco.
"Em cenário de discordância republicana entre poderes acerca de determinado conteúdo normativo, a última palavra em um regime democrático, sempre deve ser do Poder Legislativo, verdadeira casa da democracia", argumentaram os partidos.
Não há prazo para decisão do Supremo.
LEIA TAMBÉM: