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Governo Lula pretende manter decreto das polícias mesmo após reação

Lucas Marchesini - Folhapress
27 dez 2024 às 15:33

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- Paulo Pinto/Agência Brasil
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O governo Lula deve manter o decreto que regulamentou o uso de força pelas polícias mesmo depois de três governos estaduais se posicionarem contra o texto.


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As manifestações contrárias vieram de dois governadores de oposição -Ronaldo Caiado (União Brasil), de Goiás, e Claudio Castro (PL), do Rio de Janeiro -e do secretário de Segurança do Distrito Federal, Sandro Avelar, que é presidente do Consesp (Conselho Nacional dos Secretários de Segurança Pública).

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O decreto define novas regras para o uso de força por policiais e proíbe uso de armas de fogo em circunstâncias que não representem riscos aos profissionais de segurança pública.

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Um dos principais pontos da nova norma prevê que não é legítimo o uso de arma de fogo em duas circunstâncias: contra pessoa em fuga que esteja desarmada ou que não represente risco imediato de morte ou lesão para policiais ou terceiros; e contra veículo que desrespeite bloqueio policial em via pública, exceto quando houver risco de morte ou lesão.


O texto foi construído a partir de um grupo de trabalho instituído em janeiro deste ano pelo Ministério da Justiça. O grupo contou com membros de três ministérios, seis entidades representativas de forças de segurança e quatro entidades não governamentais.

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Entre as entidades representativas estava o Consesp, presidido por Avelar, que criticou o texto ao dizer que ele "pegou à contramão" e que deixava "os criminosos mais ousados".

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Já Caiado, pré-candidato a Presidência da República em 2026, disse que o decreto é uma "chantagem" do governo federal. "O decreto impõe aos estados que, caso não sigam as diretrizes do governo do PT para a segurança pública, perderão acesso aos fundos de segurança e penitenciário."


Castro afirmou: "agora, para usar arma de fogo, as polícias estaduais terão que pedir licença aos burocratas de plantão em Brasília! Uma vergonha! Que o Congresso Nacional se levante e casse esse decreto absurdo".

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As diretrizes apresentadas pelo governo federal não são imposições aos estados, que são os responsáveis pelo comando das polícias militares. Elas servem como uma tentativa de padronizar uma política pública para a segurança pública em nível nacional.


O governo Lula, porém, define no decreto que os repasses para os fundos de segurança pública observarão se os estados têm cumprido as diretrizes.

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"O repasse de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública e do Fundo Penitenciário Nacional para ações que envolvam o uso da força pelos órgãos de segurança pública dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios está condicionado à observância do disposto na Lei nº 13.060, de 22 de dezembro de 2014, e neste Decreto."


O Ministério da Justiça e Segurança Pública será responsável por financiar ações para a implementação do decreto, além de formular e monitorar ações relacionadas ao uso da força policial.


A pasta de Lewandowski deve desenvolver, nos próximos meses, materiais de referência sobre uso de algemas, busca pessoal e domiciliar e atuação em ambientes prisionais. O conteúdo será compartilhado com as secretarias de Segurança Pública dos estados.


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