O aeroporto de Congonhas, na zona sul da cidade de São Paulo, começará, nesta quinta-feira (27), uma barreira sanitária para fiscalizar e detectar a nova cepa indiana de Covid-19. A triagem dos passageiros será feita das 7h às 23h, horário de desembarque, durante toda a semana, por tempo indeterminado.
A medida foi definida nesta quarta-feira (26), em reunião de técnicos e especialistas da SMS (Secretaria Municipal da Saúde) com representantes da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), da Infraero, estatal que administra o aeroporto, e da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde).
Para atender os passageiros, será instalado um posto médico próximo à área de desembarque, que contará com médico, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agentes de saúde.
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Todos os viajantes serão entrevistados, terão a temperatura aferida e receberão orientação. Casos suspeitos terão uma consulta no local e, depois, serão direcionados para a UBS (Unidade Básica de Saúde) Jardim Aeroporto. O transporte será feito com ambulância da rede municipal. Lá, os viajantes farão o teste RT-PCR e serão recomendados a fazerem isolamento social, enquanto o resultado não é disponibilizado.
Com o resultado em mãos, os funcionários da UBS irão avisar a pessoa se ela foi infectada ou não.
As medidas podem se estender para outros casos, mas ainda sem data definida. Em nota à reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde disse que uma reunião já foi realizada com Gustavo Henric Costa (PSD), o Guti, prefeito de Guarulhos, para implantar uma barreira sanitária no aeroporto e que aguarda orientação da Anvisa.
À reportagem, a prefeitura de Guarulhos afirma que "a instalação de barreiras sanitárias no aeroporto compete à Anvisa. No entanto, Guarulhos está buscando cooperação entre todos os entes envolvidos e defende a implantação de barreiras sanitárias efetivas", escreve, em nota.
Além da medida, o prefeito solicitou a vacinação dos aeroportuários do Gru Airport, concessionária que administra o Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, e a imunização de toda a população de Guarulhos "para criar uma barreira no entorno do Aeroporto, já que é a principal porta de entrada do Brasil. Seriam necessárias 1 milhão de unidades de primeira dose. Com isso, dentro de 30 a 45 dias, a cidade toda estaria imunizada", diz.
"Outra solicitação seria o fechamento do espaço aéreo brasileiro para voos de passageiros nos próximos 15 dias, uma vez que a cepa indiana já foi identificada em mais de 20 países. No entendimento do município, não adianta apenas barrar voos de alguns países", completa, em nota.
A Secretaria de Saúde de Campinas, por meio de nota, informou que alertou os profissionais do aeroporto de Viracopos para que "façam investigação do deslocamento de pessoas com sintomas respiratórios e gripais, com o objetivo de triar se há pessoas com sintomas vindos de locais como o Maranhão e Argentina, onde há circulação da variante indiana."
A diretora do Devisa (Departamento de Vigilância em Saúde) de Campinas, Andrea von Zuben, destaca que o aviso foi para mais lugares. "O alerta foi para toda a rede de saúde, pública e privada, e para o Aeroporto", diz.
Sobre uma possível barreira sanitária em Viracopos, a prefeitura afirma que "a prerrogativa de estabelecimento de barreiras sanitárias em aeroportos e fronteiras é do Governo Federal, uma vez que a Anvisa é a autoridade sanitária de portos e aeroportos."
Além dos aeroportos, os terminais rodoviários de São Paulo (Tietê, Jabaquara e Barra Funda), por meio da Covisa (Coordenadoria de Vigilância em Saúde) e da SMS, organizaram ações de prevenção contra a Covid-19, nesta terça-feira (25). A Secretária informou que "no total, 129 passageiros foram abordados."