Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Seis internados

Fazendeiros armados perseguem e ferem indígenas avá-guarani no Oeste do PR

Redação Bonde com Agência Brasil
28 ago 2024 às 16:22

Compartilhar notícia

- Eloy Terena/ Instagram
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Fazendeiros atacaram com armas de fogo, durante a madrugada deste quarta-feira (28), indígenas avá guarani que vivem na Tekoa Yhovy, aldeia que fica no município de Guaíra (Oeste do Paraná), um dos três abrangidos pela Terra Indígena Tekoha Guasu Guavira.


Ao todo, seis indígenas foram internados e dois deles apresentam estado grave de saúde, em um cerco semelhante a uma caça, de acordo com informações do Cimi (Conselho Indigenista Missionário).

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


A maioria dos feridos são jovens mulheres. Segundo o Cimi, no final da madrugada, um motorista da Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena) chegou ao local para encaminhar os feridos a um hospital da região.

Leia mais:

Imagem de destaque
Saiba mais

Sisu 2025 terá cotas para estudantes de áreas rurais

Imagem de destaque
Pagamento de créditos

Prazo para clientes da 123milhas recuperarem valores acaba nesta terça

Imagem de destaque
Entenda

Termina prazo para TikTok impedir acesso de usuários sem cadastro

Imagem de destaque
Prova objetiva

Concurso Nacional Unificado: notas de candidatos reintegrados estão disponíveis


Os fazendeiros, produtores de soja e milho, abriram fogo por volta das 23h de ontem (27) e continuaram atirando madrugada adentro. Segundo relatos do Cimi, o grupo adotou uma tática parecida a caças de javalis que programam para fazer à noite, utilizando armas que geram estilhaços que atingem também o que estiver ao redor. 

Publicidade


Avá guarani jovens transmitiram ao vivo, em uma rede social, a perseguição. Pelo vídeo, foi possível ouvir os disparos e gritos dos indígenas e, em meio à escuridão, notar luzes das caminhonetes e os efeitos dos tiros.

"O Cimi Regional Sul repudia veementemente os ataques e a violência praticada de forma corriqueira, cruel e articulada pelo agronegócio", afirma a entidade, em nota. 

Publicidade


Tensão


Em entrevista à Agência Brasil, o missionário Roberto Liegbott, ressalta que a tensão existe no local há algum tempo e que o processo de demarcação do território chegou a ser suspenso por decisão judicial. Com isso, a demarcação estacionou na etapa de delimitação, realizada pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), em 2018, o que ainda fica distante das fases finais, a homologação e retirada de invasores que ainda possam estar no território. 

Publicidade


O que dava esperança aos indígenas era a anulação da tese do marco temporal, o que não se concretizou, por articulação do Congresso Nacional. O marco temporal assegurava aos indígenas o direito a territórios que já ocupassem ou reivindicassem no dia da promulgação da Constituição Federal, 5 de outubro de 1988. Liegbott conta que, dias depois de os parlamentares derrubarem os 34 vetos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a Lei 14.701, em dezembro de 2023, houve ataques dos fazendeiros contra os avá guarani, que também envolveram armas de fogo.


Outra estratégia tem sido a de criminalizar lideranças indígenas, alegando, por exemplo, invasão de propriedade privada. A terra indígena contempla os municípios de Guaíra, Altônia e Terra Roxa, todos do Paraná, e os rios Paraná, Taturi, Ribeirão Tapera e a região da Volta Grande do Piquiri. 

Publicidade


O modo como o principal nome que se diz proprietário da região tem encarado o embate é peculiar, como informou o missionário. 


Ataque

Publicidade


"Por meio do Ministério dos Povos Indígenas, o governou conversou com os indígenas, os fazendeiros e parecia haver um certo acordo de pacificação. E o que aconteceu no Paraná agora? Hoje começam as reuniões da Comissão de Conciliação do Supremo Tribunal Federal e, à noite, eles articularam esse ataque", afirma o missionário, referindo-se à comissão que vai discutir a constitucionalidade do marco temporal nesta quarta-feira (28), na segunda audiência de conciliação.


Um aspecto para o qual o Cimi tem alertado é a desconfiança de que agentes de segurança estejam tomando partido dos fazendeiros. No mês passado, a Funai afirmou que se mantém alerta aos conflitos desde o início e que sua CTL (Coordenação Técnica Local), em Guaíra, conta com o apoio da Força Nacional, do BPFron (Batalhão de Polícia Militar de Fronteira), da Polícia Militar do Paraná e a PF (Polícia Federal).

Publicidade


Há ocorrências de alimentos, pertences e casas de avá guarani queimadas pelos fazendeiros e ameaças com tratores. Outra dificuldade já reportada anteriormente, pela própria Funai, é a decisão de um juiz da 2ª Vara Federal de Umuarama que proibiu a autarquia de distribuir lonas, madeira, ferramentas e outros materiais que pudessem ser aproveitados para a construção de abrigos/moradias às retomadas avá guarani.


"O que nos preocupa é o seguinte: as forças de segurança provavelmente têm essas informações. E elas não estavam ali para agir e, quando chegaram, não chegaram para coibir", diz o missionário. 


A Agência Brasil procurou o Ministério da Justiça e Segurança Pública, a Secretaria de Segurança Pública do Paraná e a unidade da PF no estado e aguarda retorno. 


Leia também:

Imagem
Com vagas para Maringá, Conselho de Educação Física abre concurso com salários de até R$ 7,1 mil
Entre os municípios com cargos disponíveis, Maringá é o único da região norte do Paraná. Os salários, incluindo os benefícios, chegam a R$ 7,1 mil.
Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo