Um desencontro de informações entre as equipes de busca - que há cinco dias procuram um avião bimotor desaparecido nas florestas do Pará, entre os municípios de Itaituba e Jacareacanga, na região oeste do estado - chegou por alguns momentos a reacender a esperança de familiares das supostas vítimas de que a aeronave finalmente havia sido encontrada. O que ocorreu, segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), que participa das buscas, é que os destroços de um outro avião, desaparecido em 1988, foram encontrados a 29 km a nordeste de Jacareacanga.
As buscas do avião bimotor, modelo Beechcraft BE 58 Baron, de matrícula PR-LMN, que desapareceu por volta de 13h da última terça-feira, continuam e não têm prazo para acabar. Os destroços localizados eram do avião de prefixo PT-BRF, que há 26 anos caiu na região da aldeia indígena Sai-Cinza, próximo à Jacareacanga. Na época, apenas o piloto foi resgatado.
O delegado Lucivelton Santos, que integra uma das equipes de busca do bimotor, foi taxativo: "volto a confirmar que era tudo boato, o avião que caiu na semana passada ainda não foi localizado. Ele informou que as equipes já percorreram mais de 7.400 quilômetros quadrados em 66 horas de buscas. Até equipamentos sofisticados, que detectam do alto sinais emitidos por aeronaves em terra, foram incorporados às buscas. Índios, mateiros e moradores ribeirinhos da região auxiliam no trabalho de localização da aeronave.
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O avião era de propriedade da empresa Jotan Táxi Aéreo e partiu de Itaituba em direção Jacareacanga às 11h45 de terça-feira, quando realizou o último contato com a base. A bordo estavam as técnicas de enfermagem Rayline Sabrina Brito Campos, Luciney Aguiar de Sousa, Raimunda Lúcia da Silva Costa e o motorista Ari Lima, além do piloto Luiz Feltrin. A enfermeira Raylane chegou a mandar três mensagens por celular para um tio, dizendo que chovia muito durante o voo e que um motor do avião havia parado. Na última mensagem, ela avisa ao tio que está com muito medo de morrer e pede socorro. Com exceção do piloto, os passageiros eram funcionários da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e seguiam para Jacareacanga, onde substituiriam as equipes que já prestavam atendimento nas aldeias dos índios mundurucus.