As chuvas que atingem o Rio Grande do Sul já causaram R$ 423,8 milhões de prejuízo para a agricultura, segundo a CNM (Confederação Nacional dos Municípios).
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O excesso de chuva causa perdas severas na agricultura. O Rio Grande do Sul é o principal produtor de arroz do Brasil e o segundo maior produtor de soja.
A agricultura é o setor privado mais afetado pelas chuvas no estado, indica levantamento da CNM. A pecuária registrou R$ 83 milhões em prejuízos e a indústria, R$ 57,3 milhões.
Considerando toda a economia do Rio Grande do Sul, o prejuízo está estimado em R$ 967,2 milhões. Os dados se referem a apenas 25 municípios que conseguiram cadastrar informações no sistema do Ministério da Integração.
A CNM prevê que os danos serão maiores. "Considerando que o foco ainda é em salvar vidas, o valor total dos prejuízos irá aumentar à medida que as águas forem baixando e os gestores locais conseguirem contabilizar esses dados".
Em 2023, o ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul causou mais de R$ 3 bilhões em prejuízos financeiros, segundo a CNM.
FÁBRICAS SUSPENDEM PRODUÇÕES NO RS
A Tramontina suspendeu a produção em duas fábricas localizadas na cidade de Carlos Barbosa, na Serra Gaúcha. Nessas unidades só haverá manutenção de maquinário.
A empresa, que produz produtos para casa, concedeu férias coletivas para quatro mil funcionários. O retorno está previsto para o próximo dia 16. "Demais colaboradores dos setores administrativos e comerciais seguem operando, com equipes reduzidas e permitindo home office para aqueles que necessitarem", diz o comunicado.
A Gerdau, maior produtora de aço do país, interrompeu atividades até que a possibilidade de retomar com segurança. A decisão é válida para todas as unidades da principal produtora de aço do Brasil. A empresa afirma ainda que tem mobilizado esforços para priorizar a proteção das pessoas e de todos os colaboradores.
Unidades produtivas da Braskem em Triunfo estão paralisadas. A petroquímica afirma que o polo teve as atividades interrompidas na última sexta-feira (4). A supervisão das principais estruturas do complexo indica haver limitação de acesso sem pontos de alagamento. Ainda assim, as dificuldades de acesso afetam a produção no local.
DESABASTECIMENTO
Ameaça de desabastecimento de frangos e suínos. Segundo a ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), dez unidades produtoras de carne de aves e de suínos estão paralisadas ou com dificuldades para operar. A associação relata a impossibilidade de processar insumos e transportar funcionários devido à tragédia. O estado produz 11% da produção de carne de frango e quase 20% da produção de suínos nacional.
"Com a inviabilização temporária de núcleos que representam a maior parte da produção de carne de frango e grande parte da carne suína do estado, há temor de que, além dos problemas já vivenciados hoje, a população gaúcha deverá enfrentar desabastecimento de produtos até a retomada do sistema de produção, o que poderá demorar mais de 30 dias", disse a Associação Brasileira de Proteína Animal.