Após a eliminação do Brasil nas quartas de final do torneio masculino de vôlei das Olimpíadas de Paris, o levantador Bruninho, 38, o central Lucão, 39, e o ponta Leal, 35, anunciaram a aposentadoria da seleção brasileira.
A derrota por 3 sets a 1 (26/24, 28/30, 25/19 e 25/19) para os Estados Unidos, na última segunda-feira (5), provocou o pior resultado do técnico Bernardinho no comando do grupo nacional nos Jogos Olímpicos. Em Tóquio-2020, sob comando de Renan Dal Zotto, o time perdeu a decisão do bronze para a Argentina.
Logo após o duelo em Paris, Lucão afirmou que sua decisão é para ficar mais próximo da família e acompanhar o crescimento dos filhos, o que não pôde fazer nos últimos anos.
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"São 19 anos sem férias, oito anos sem participar de um aniversário do meu filho, sem estar presente em casa. Tem uma geração nova chegando com força e que vai ter que ralar bastante. Infelizmente, eles pegaram o voleibol com o maior nível de igualdade de todos os tempos. A gente vai torcer bastante, vai acompanhar bastante, o que puder ajudar, a gente vai ajudar", disse o central.
Já Bruninho e Leal usaram as redes sociais para anunciar suas despedidas. Na seleção adulta desde 2006 e titular desde 2009, o levantador, que é filho de "Eu lutei com todas as minhas forças... todos esses 18 anos. O meu maior orgulho sempre foi vestir essa camiseta e representar o meu país. Nem nos meus melhores sonhos imaginei poder disputar 5 Olimpíadas, conquistar 3 medalhas olímpicas, e todos os títulos possíveis pela seleção. Falhei, chorei e caí várias vezes, inclusive agora. Fui sempre meu maior critico e talvez por isso eu tenha entendido que a única maneira de enfrentar isso era trabalhando ainda mais para me tornar a cada dia a minha melhor versão", publicou o jogador
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Yoandy Leal, cubano que se naturalizou brasileiro em 2019 e desde então defendia a seleção nacional, declarou seu amor pelo país e disse sair de cabeça erguida.
"Quero começar dizendo que amo o Brasil. Escolhi esse país para vestir a camisa e fiz isso com amor e muita dedicação desde 2019. Sabia da responsabilidade que tinha e assumi isso. Foi muita entrega, empenho e muito treino. Trabalhamos demais para buscar uma medalha olímpica em Tóquio e em Paris. Infelizmente, não deu pra ajudar a conseguir essa medalha para o Brasil. Saio de cabeça erguida porque sei que me entreguei por inteiro. Nesse período com a camisa do Brasil, tivemos títulos, medalhas importantes e vivemos ótimos momentos! Fui muito feliz! Obrigado, seleção brasileira!"
Os três jogadores devem continuar atuando por clubes. Lucão defende o Sada Cruzeiro, de Belo Horizonte (MG), Leal deve ir para a Rússia na próxima temporada, para defender o Lokomotiv Novosibirsk, e Bruninho anunciou no início do ano que deve voltar a atuar no Brasil após vários anos na Itália.
A saída do trio também é o início da renovação pela qual a seleção masculina deve passar. Só resta saber se será feita pelo técnico Bernardinho. Após a eliminação em Paris, ele declarou que não sabe se é a pessoa ideal para fazer a transição, uma vez que o vôlei mudou muito do que era há alguns anos.
"Será que eu sou a pessoa ideal? Eu preciso ter essa reflexão. Tenho condições de me dedicar a 100%. Vou estar em Saquarema [no centro de treinamento da CBV] de domingo à noite à sexta-feira? Não sei", indagou.