Depois de ser criticada por especialistas, a Força Aérea Brasileira (FAB) divulgou nova nota, nesta quarta-feira (3) sobre as possíveis causas do acidente de helicóptero que matou Thomaz Alckmin, filho do governador de São Paulo, e mais quatro pessoas no dia 2 de abril, em Carapicuíba.
Na segunda-feira, 1, o comunicado da FAB dizia que duas peças "fundamentais" para o piloto controlar a aeronave estavam desconectadas já antes da decolagem, o que foi contestado por especialistas, que disseram ser impossível levantar voo sem esses componentes.
Na terça-feira, 2, a FAB divulgou um desenho do sistema de controle do helicóptero para mostrar onde as peças estariam desconectadas. "Foi identificado que algumas dessas peças, no lado direito-inferior da aeronave, estavam desconectadas antes da decolagem. Essa desconexão diz respeito ao posicionamento incorreto do arranjo mecânico, em desconformidade com os manuais do fabricante, fato que ensejou o desprendimento em algum momento do voo."
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O conselheiro da Associação Brasileira de Pilotos de Helicóptero (Abraphe), Rodrigo Duarte, considerou que a explicação dada pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), via FAB, continua confusa. "A expressão 'estavam desconectadas' já me passa um impressão de peça solta. Na sequência do mesmo parágrafo, há a expressão 'ensejou o desprendimento'. Ora, como eu defino uma peça desconectada que desprende posteriormente?", questionou.
Manutenção
A empresa de manutenção Helipark, de onde saiu o helicóptero no dia 2 de abril, também questionou, na segunda-feira, 1, a nota divulgada pela FAB. "Se os controles flexíveis e alavancas são fundamentais, como afirmar que o helicóptero decolou e voou mesmo com os componentes desconectados?". A Helipark também confirmou que o helicóptero ficou dois meses parado antes do voo que resultou na morte de cinco pessoas, mas disse que o reparo nas pás seria de responsabilidade da Helibras (fabricante).
A Helibras informou que é "a maior interessada no esclarecimento das causas do acidente", mas, "por questões éticas e legais", não se manifestaria porque a investigação não é conclusiva. A empresa dona do helicóptero, Seripatri, também disse que não se manifestaria.