Fabiano conta que foi como desligar, repentinamente, a chave de energia do corpo. Para Márcia, no mesmo minuto em que tudo vai bem, você perde a capacidade de falar e de mexer os braços e as pernas. A mente fica perdida, como se uma fina camada de névoa encobrisse tudo.
Silencioso e súbito, o AVC (Acidente Vascular Cerebral) é, pelo quinto ano consecutivo, a principal causa de morte no país.
De acordo com dados divulgados pela Sociedade Brasileira de AVC, mais de 112 mil pessoas morreram no Brasil, em 2023, vítimas da doença. Na prática, isso significa que mais de 300 brasileiros perderam a vida por dia por essa causa.
Apaixonado por esportes de alta intensidade, o advogado londrinense Fabiano Luiz de Oliveira, de 48 anos, era acostumado a levar o corpo até o limite. Em fevereiro de 2018, a caminho da missa, sentiu uma dor no peito, o que considerou comum, já que as dores eram quase que como suas companheiras. Ao chegar em casa, vomitou, apostando que era uma azia qualquer.
Durante os treinos com a bicicleta, começou a perceber o rendimento caindo. Percorrer os costumeiros 70 quilômetros passou a ser exaustivo demais. Com isso, resolveu que era hora de marcar uma consulta com um cardiologista, mas não deu tempo.
Às vésperas, no dia 28 de março, Oliveira teve um acidente vascular cerebral isquêmico causado por um coágulo fruto de um infarto.
O advogado explica que o AVC parece uma chave de energia que se desliga no corpo, já que, subitamente, sentiu o lado esquerdo do corpo paralisar. Levado às pressas ao hospital, ele admite que não tinha ideia do que estava acontecendo.
Como parte do tratamento inicial envolveu a administração de medicamentos para desfazer o coágulo, ele teve um inchaço no cérebro. Em uma situação crítica, teve grande parte da calota craniana removida para conter o inchaço.
Entre idas e vindas do hospital, primeiro precisou tratar do acidente vascular cerebral para, depois, fazer a angioplastia para colocar um stent na artéria coronária. Por fim, voltou para colocar a prótese craniana cinco meses após o AVC, em agosto. O longo tratamento foi necessário por conta de intercorrências, como uma crise renal em decorrência de uma pneumonia.
O processo de reabilitação, segundo ele, foi rápido, principalmente por conta da atividade física. Para recuperar parte da percepção do lado esquerdo do corpo, contou com a ajuda de um treinador.
Apesar disso, ele ainda não consegue identificar determinados objetos apenas ao segurá-los com as mãos, por exemplo. O acidente vascular cerebral também fez com que ele desenvolvesse episódios convulsivos, que precisam ser tratados com medicamentos.
Leia a reportagem completa na FOLHA DE LONDRINA: