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Uma Tragédia Shakespeariana nos Tempos Modernos - por José Feldman

13 mai 2023 às 00:00

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pois até hoje é um pesadelo!

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José Feldman

Com todo o meu amor, saudades!, para Yasmin e Samara, vocês sempre estarão em meu coração. Rezo a Deus que nos junte novamente o mais breve.

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Século XX. Era final dos anos 70. Ele, um rapaz simples, sonhador e apaixonado. Ela, uma garota simples, muito bonita. Se conheceram num teatro, e seus corações, jovens, bateram acelerados… se apaixonaram um pelo outro. Ele, judeu, ela, muçulmana. Apesar do ódio que havia entre estas religiões, eles se encontravam às escondidas. Yasmin estava grávida.

Filha de uma família tradicional árabe que emigraram do Líbano para o Brasil, foi expulsa do seio familiar… "Impura!", diziam. Desamparada ela ficou. Mas ele, a recebeu com carinho e um novo lar lhe deu, onde só havia amor. Ela, muçulmana. Ele, judeu. Se encontravam sempre, mas ele para não prejudicar sua família cuja comunidade tinha ódio pelos árabes e nem a família dela, que nunca soube quem era o pai da criança, mantiveram seu romance em segredo. Uniram-se aos olhos de Deus, longe dos olhares muçulmanos e judeus. Eram felizes, apesar de ser uma união secreta. Mas a fatalidade caiu sobre eles, como se estivessem sendo condenados por sua paixão proibida. Ela segurando sua filhinha, Samara, ainda bebê com 4 meses de idade, ele abraçado a ela, fazendo planos para o futuro de irem embora para longe. Dois homens armados os renderam, e na confusão do assalto, ela desesperada, o bebê foi arrebatado de seus braços, bateu a cabeça na calçada e sua pequenina vida expirou. Ela, aterrorizada começou

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a gritar loucamente. Os bandidos, assustados, fugiram. Ela ao ver a filha nos braços de seu amado, ensanguentada, desmaiou. Ele segurava a filha, morta, entre os braços, e não conseguia conter as lágrimas, e ao ver Yasmin caída no chão, não se conteve e começou a berrar como louco, até que

pessoas atraídas pelos berros se aproximaram e os ajudaram a ir a um hospital. Ambos entraram em depressão, e carregaram este fardo consigo, quando duas semanas após a morte de sua filhinha, ela, desesperada, sentindo-se amaldiçoada… "Impura!", como seus pais a chamara, tirou a sua vida ao ingerir veneno. Ele, vivendo o pesadelo dia-a-dia, tentou suicídio por duas vezes, mas se sentiu um covarde, por não ter conseguido.

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Muita coisa ocorreu depois, ele se casou cerca de 20 anos depois, se divorciou, e nunca quis ter filhos, pois o pesadelo de sua amada aos berros, e a visão de sua filha morta povoam até os dias de hoje o seu coração despedaçado, cerca de 45 anos transcorridos. As portas de sua casa estão

sempre abertas…para a morte, mas ela se recusa a entrar para leva-lo.

Ele, judeu. Ela, muçulmana. Uma história de amor e uma tragédia que nunca foi contada… até hoje! Texto de José Feldman



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