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Projeto Revista Escriba: Respirando Poesia

11 mai 2021 às 18:05

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Enquanto penso e crio um título para a próxima edição da Revista Escriba, da qual sou idealizador, pesquiso por fontes, defino o tamanho e tratamento das cores, alinho parágrafos, textos junto às margens do programa em tela, além de e-mails, cópias do arquivo de cada autor, crio e organizo pastas. Nesse ritmo quase sempre convulso e caótico às vésperas do lançamento de cada edição da Revista Escriba, tento concentrar as tarefas de praticamente uma equipe na Tiro de Letras editora, da qual sou também fundador, sendo que conto com primoroso auxílio nas questões gráficas, de edição e fotografia, da minha parceira de obras poéticas, a webdesigner Annacris Andrades. Num breve relato, é a forma como se dá o surgimento de cada edição da Revista Escriba.

Aliás, tudo se principia no contato com o poeta e sua escrita, que nos chega por curiosidade no seu fazer poético. Vivo essa troca entre os poetas, de forma intensa e quase parasitária e, acredito, isso move a todos também da sociedade. Assim como dizia o poeta Leminski: "O poeta não é um ser de luxo, ele não é uma excrescência ornamental, ele é uma necessidade orgânica de uma sociedade. A sociedade precisa daquilo, daquela loucura para respirar. É através da loucura dos poetas, através da ruptura que eles representam, que a sociedade respira.”. No caso, respiro a poesia na leitura dos livros, frequentando saraus, coletivos literários, seja pelas redes sociais, do qual sou leitor e também assíduo consumidor, como antes da pandemia, pelos saraus presenciais e demais eventos relacionados a poesia e literatura. Sou privilegiado por ter contato e a amizade de muitos poetas que admiro tanto e pessoalmente, quanto os que conheci há pouco virtualmente, já fazendo parte dessa confraria. Assim, avalio a ideia de reuni-los numa antologia, faço o convite aos escribas e firmo parcerias, também com ilustradores dispostos a contribuir para a edição. Tudo de forma colaborativa e sem custos ao público leitor. Somente então, com a chamada feita é dado o início propriamente dito na confecção da revista digital.

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Enfim, natural de Santa Cruz do Sul – RS, moro na capital do estado, cidade que acolheu meus versos e, como advogado atuante, escrevo laudas e mais laudas de manifestações em prol dos direitos dos trabalhadores na esfera estadual e federal; como basqueteiro nato, desde a infância pratico o esporte e, com o tempo livre, sou poeta das poucas horas da vida que me resta. Quando não entro de cabeça nessas atividades de suma importância para o equilíbrio entre o corpo e a mente, reservo e canalizo minhas forças para o desenvolvimento da escrita criativa.

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O projeto Revista Escriba reúne uma gama de artistas (prefiro assim designá-los) e, acredito, teve como projeto embrionário o Sarau Livre (de 2015), em um bar da capital, do qual participei junto de uma superbacana turma e, também por incentivo do amigo músico e poeta Duda Fortuna. Foi quando deixei de ser apenas um mero espectador, para desenvolver de forma mais ativa o meu lado poeta. Devo referir que a revista Gente de Palavra, do poeta Renato de Mattos Motta, da qual já também participava desde 2013 também foi influência no início da Escriba.

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Assim, em 2017, num projeto paralelo ao meu livro de ensaios poéticos, chamado "Prometo não invejar as gargalhadas”, pela Tiro de Letras editora, recém criada para publicar de maneira livre e independente minhas publicações, com receio de que outras editoras pudessem por ventura tolher ideias ou moldá-las conforme o mercado. A estreia da Revista Escriba foi num formato diverso da qual é hoje, dentro do site: revistaescriba.wixsite.com/hoje, ainda no ar. De lá pra cá publicamos outras 10 edições, hoje hospedadas no site da ISSUU: https://issuu.com/tirodeletrased/, podendo consultar as revistas em um projeto gráfico minucioso a cada edição.


Nesta 10ª edição da Revista Escriba, intitulada "Novos Horizontes”, buscamos valorizar a poesia feita no interior do estado (RS), numa imersão à região dos Vales, donde sou natural, especialmente de Santa Cruz do Sul, cujos os grupos formadores de poetas influenciam e formam o corpo da revista: seja "Poesia! Santa Cruz”, como "Coletivo Poesia RS”, do amigo poeta e agora escriba Thomás Weiss, que promove uma invasão poética na região, assim também, por poetas publicados no Jornal JP literário, de Cachoeira do Sul, que o poeta Tiago Vargas é coordenador. Digamos, são eles os verdadeiros curadores dessa edição. Participam tanto poetas renomados, como novatos, que dão sua importante contribuição no fortalecimento da literatura, além de poetas convidados (de fora do estado e do país) e através das nossas redes sociais.

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Com lançamento no sábado, dia 15.05.21, a 10ª ed. da Revista Escriba promove "Sarau Novos Horizontes”, uma reunião pelo meet do Google, com apresentação do coletivo (28 escribas selecionados), realização da leitura e apresentação dos poemas, além de convidados especiais e palavra aberta ao público. A 10ª ed. da Revista Escriba estará disponível antes do evento no site da ISSUU.com/tirodeletrased. Mais informações sobre o evento nos links: https://www.facebook.com/revistaescriba e https://www.instagram.com/revistaescriba/.


A Revista Escriba não possui um criador, ela é resultado da coletividade, ou seja, a revista é obra dos escribas colaboradores. Sou apenas um catalisador, quem tem o prazer de receber os textos e dar corpo a esta ideia, a ignição na realização do projeto. O projeto da Revista Escriba tem caído feito uma luva, pois aprendo e cresço muito com a gama de artistas participantes, tendo contribuído até hoje mais de 100 artistas de todo país, entre poetas, escritores e ilustradores. Assim, num panorama geral, desejo mostrar um pouco da produção artística-literária atual, tanto no estado (RS) e, inclusive, do restante do país e aberto ao Mercosul. Busco ser cumpridor deste papel como poeta, editor e organizador da Revista Escriba, um tanto idealista, mas detalhista na criação da revista, vendo como um projeto de suma importância e da maior responsabilidade, pois leva o nome de cada autor participante em cada edição da Revista Escriba.

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No mais, é uma atividade prazerosa, embora bastante desgastante e pouco rentável (estritamente digital, não há impressão nem comercialização das edições, sendo essa uma aspiração futura: que cada escriba receba em casa o seu exemplar da revista). Inclusive se iniciou campanha pelo APOIA-SE (https://apoia.se/revistaescriba), para captar recursos e, em troca, entregar recompensas para quem apostar nessa ideia, inclusive, o livro de poesias deste poeta que vos escreve. Sem o retorno financeiro, por vezes, um elogio ou palavra de carinho do escriba após conferir o resultado do projeto já nos motiva. A revisão de cada poema, texto, imagem dos selecionados a cada edição, por infinitas vezes, é labuta quase infindável e que poucos compreendem ou desconhecem o sacrifício que há por trás de cada uma das edições da Revista Escriba. Ademais, se dar por satisfeito e finalizar a edição é sempre um desafio.
Ao longo deste ano de 2021, reservo tempo à organização de uma centena de poemas para uma nova investida poética literária e, cujo material já pré-selecionado pretendo enviar tão logo possível para a análise e publicação de outras editoras. Acredito, em breve, haverá o lançamento de meu novo livro de poesias, ainda sem título.


Agradeço imensamente a cada um que até aqui colaborou para a realização da Revista Escriba digital e, espero seja ainda mais profícua e bela nossa parceria, que nos rendam ainda mais frutos e possamos continuar por longos anos publicando de forma independente os autores que amamos ler.

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Adiante, segue o poema "Silêncio é manto”, que irá compor o próximo livro:


o silêncio é manto
não um cobertor
cala no frio
cala na dor

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só não cala as montanhas
nem as nuvens passageiras
o silêncio não se rebaixa
aos gritos de um trovador


é a chave para a ignição
implodirá nos versos
em lugar tão íntimo
junto a este criador

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E-mail da editora Tiro de Letras: [email protected]
Escriba-nos!


(Gerson Nagel, advogado, poeta e editor da Revista Escriba)


Gerson Nagel é natural de Santa Cruz do Sul/RS e radicado em  Porto Alegre, cidade em que vive a cometer seus poemas. Autor do livro digital Extatua (com "x”), pelo 1º Prêmio Línguas & Amigos (2016). Em 2017 publicou o livro de estreia Prometo não invejar as gargalhadas, pela Tiro de Letras editora, da qual é fundador e também coeditor, em parceria com Annacris Andrades, a fotógrafa, editora gráfica e sua fiel escudeira. Possui diversas colaborações em jornais locais e da região, participa ativamente de saraus pela cidade, agora, de forma remota e virtual. Organizador e editor da Revista Escriba, hospedado no site ISSUU no formato digital e que conta com a colaboração de uma gama de poetas, artistas e escritores. Participou de oficinas literárias, de inúmeras antologias, como Poesia Dá Trabalho (2008), Histórias de Trabalho (2009). Desde 2013 tem publicado pelo coletivo Gente de Palavra. Selecionado no concurso Poemas no Ônibus e no Trem (2016). Menção honrosa no Prêmio Lila Ripoll de Poesia, em 2016 e 2018. Em 2020 veiculou projeto audiovisual chamado de Ping Pong Poético, contemplado pelos editais emergenciais da Prefeitura de Porto Alegre/RS, disponível em todas as plataformas e redes sociais do autor. Possui o estranho hábito de colecionar marcadores de páginas para livros físicos e como costuma dizer: Antes Nagel Do Que Nunca!


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