Falando de Literatura

Prefácio do livro Passos Poéticos de Neyd Montingelli

03 mai 2017 às 09:53

A escritora e poetisa Neyd Montingelli reúne neste livro 140 poesias, algumas delas premiadas. A autora há alguns anos que se dedica à prosa, escreve contos e crônicas, e há 3 anos ela começou a escrever poesia. O e-book e o livro impresso podem ser adquiridos no site do Clube dos Autores:
https://clubedeautores.com.br/books/search?utf8=%E2%9C%93&where=books&what=Passos+po%C3%A9ticos&sort=&topic_id=

PREFÁCIO


Um passeio, sem pressa, pelo jardim em uma bela manhã, em companhia do sol e do canto dos pássaros, um convite para ver e sentir em cada flor o seu perfume, e perceber em tons suaves a poesia de Neyd Montingelli desabrochar. Ao segurar entre as mãos o lindo livro "Passos Poéticos", esse passeio se inicia...
A escritora, a partir das lembranças da infância presenteia-nos com poesias que fluem naturalmente, desenhando imagens tingidas de emoção e encanto, nos versos de "Pausas na vida" percebe-se a presença intensa do amor na vida da menina, mulher e mãe carinhosa. O amor, tecendo caminhos e construindo uma família, olhares, observações e questionamentos.


Neyd apresenta-nos nesse desabrochar de poesias, um doce, porém forte desnudar da alma feminina repleta de sensibilidade e lirismo, sem deixar de observar as transformações sociais que envolvem o dia a dia da mulher e sua importância em nossa sociedade.


À Neyd com carinho e gratidão:
fim de tarde-
o Outono tinge aos poucos
a folha de Canson


Van Zimerman, IWA


Na continuação um poema do livro Passos Poéticos de Neyd Montingelli (com autorização)


Mãos



As mãos se dão em cumprimento,
em carinho elas acariciam.
A mão é pedida em casamento,
pela mão a noiva é levada ao altar.
As mãos preparam o alimento,
com experiência temperam e assam.
As mãos tecem a lã com conhecimento,
para agasalhar a quem amam.
As mãos agradam o rebento,
levam ao peito o filho faminto.
As mãos escondem o sofrimento
e envolvem os que penam.
As mãos secam as lágrimas do lamento,
Não acusam, não condenam,
apenas existem...


Neyd Montingelli


Polaco de Curitiba


Ao vislumbrar uma nova aurora,
atravessaram os mares tenebrosos,
para chegar na terra dos pinheirais.
Aqui plantaram as sementes do que se come,
Do que se veste, do que se abriga, do que se alegra,
O solo fértil fez nascer a mistura das alvas faces,
Dos cabelos do sol, dos olhos do céu e do mar
Sempre colonos, sempre polacos,
Sempre tementes a um só Deus.
Casaram com os índios, com os negros, com os outros.
Só para fortalecer o sangue e a coragem que trouxeram.
A mesa farta, até hoje, a tradição permanece,
Nos lares poloneses-brasileiros-curitibanos.

Neyd Montingelli


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