O trabalho a quatro mãos dos escritores de fição Franccis Yoshi Kawa e Helena Douthe chama a atenção dos leitores. Não é comum esse tipo de parceria quando falamos de livros de ficcão. Mas, eles já conseguiram publicar dois livros. "Os Velhacos”, foi lançado em maio/2019, pela pela editora Insight de Curitiba. Franccis Yoshi Kawa escreve contos. Ele acadêmico da AVIPAF (Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia), Cadeira 38.
1) Franccis, conte como é essa experiência, que poucos romancistas experimentaram, de escrever um romance a quatro mãos. Vocês organizaram os capítulos antes de iniciar o trabalho ou as ideias foram surgindo aos poucos? Houve discussões?
No primeiro livro, uma pessoa ligada à editora nos perguntou como conseguimos terminar, pois a maioria das pessoas que começava a escrever junto não terminava. Aí respondemos que somos uma dupla improvável, como disse o prefaciante do "Ajoelhar Jamais”. Essa pessoa nos contou que a maioria das pessoas que não conseguiram terminar a obra, convidaram amigos ou alguém que tenha algo em comum para escreverem juntos. Talvez por terem pontos de vistas e habilidades semelhantes, entram em conflito. Portanto, não é comum convidar uma pessoa desconhecida, participante de uma palestra para serem coautores, como foi o nosso caso. A palestra em questão, era da professora Isabel Furini no Shopping Estação, "Como Escrever um romance”. Estudamos, fizemos um projeto que é algo parecido com uma sinopse para servir de guia. O nosso trabalho é complementar, cada um vai encaixando o texto dentro de um contexto. Já houve discussão, mas serviu para aperfeiçoar a técnica e evitar novos atritos.
2) Como surgiu o título do livro?
Logo no início do livro, os primeiros personagens que são estelionatários, decidem deixar a cidade grande. Passando por um vilarejo do interior, descobrem que os comerciantes locais aparentemente idôneos, estão praticando preços abusivos explorando os clientes que são trabalhadores do campo. Daí o título do livro. No decorrer da narrativa, os verdadeiros velhacos não são os comerciantes, mas a oligarquia de velhacos que parasitam a custa do povo que vive na penúria.
3) Esse processo de escrever romances a quatro mãos foi fácil ou foi complicado?
Trabalhamos em cima de uma ideia geral, que serve de guia e dá sustentação a narrativa. Acho que é uma espécie de técnica que desenvolvemos. O trabalho é prazeroso e nada complicado.
4) Quais foram as diferenças entre o trabalho do primeiro livro "Ajoelhar Jamais”, e do segundo "Os Velhacos”? Vocês sentem que cresceram como escritores com esses trabalhos?
O trabalho é o mesmo. A narrativa é sustentada por uma estrutura básica que serve de guia para que nenhum de nós fuja do contexto. Não dá para comparar o primeiro livro com o segundo, pois a proposta de cada livro é totalmente diferente. O terceiro será totalmente diferente de anteriores. Cada trabalho é um aprendizado e uma experiência nova.
5) Na opinião, qual é a parte mais emocionante do livro "Os Velhacos”?
O momento mais emocionante é o Timóteo sendo deixado pela sua amada patroa. Olhando o carro se afastar, fica conjecturando se a sua vida teria mudado se tivesse tido a coragem de roubar um beijo, mas logo se conforma dizendo para si mesmo que nada teria mudado com um beijo. Ela jamais o aceitaria como namorado. Está engrandecido com o sentimento de dever cumprido. Está retornando depois de um longo tempo longe de casa. Está feliz, pois tem uma história para contar.
6) Os leitores se manifestaram sobre o livro? Qual teve mais elogios "Ajoelhar jamais” ou "Os Velhacos”?
O livro "Os Velhacos” apesar de recém-lançado está sendo mais bem divulgado, portanto o retorno é maior. Por enquanto as pessoas que leram se manifestaram positivamente.
7)Qual é a expectativa de vendas do livro?
A expectativa é boa! Tenho informações que pessoas fora de grupos de amizades estão adquirindo o livro, isso é ótimo! As Livrarias Curitiba também estão dando o seu apoio para divulgar a obra.