Nossa entrevistada é a poeta, escritora e artista plástica Vanice Zimerman, nascida em Curitiba - PR. Formada em Letras Português/Inglês, Escritora e Artista Plástica. Com Poemas e textos em 129 livros impressos e E-books- Coletâneas: “Conexão” - Feira do Poeta - 2015 a 2023; Livros de Haicais: (Croácia 2015 a 2024: 23. Samoborski (Darko Plazanin - Samobor Haiku), Kabocha, 2016 (Menção Honrosa); A Lâmpada e as Estrela; Poemas & Imagens - Instituto Memória; Livro de Poesia - Membro da IWA, AVIPAF, APB, CBL e do Grupo O Zen do Haicai. Concursos: Concurso de Haicai de Toledo – Kenzo Takemori -2024. 5º lugar; Grêmio Haicai Chão dos Pinheirais de Irati -2º lugar na Categoria Adulto, âmbito Estadual-2023. Menções Honrosas, de Haicais, no Brasil e Croácia: Afrodita, Anthology-Haiku, Ludbreg-2023.
Quando começou a escrever poemas? Fale um pouco de seu início no mundo das letras e de sua trajetória.
Comecei a escrever poesias, desde a adolescência, mas a publicação dos meus textos iniciou a partir de 2007, quando cursava a Faculdade de Letras. Escrevo poesias, principalmente, haicai. O meu processo de criação tem muito a ver com a pintura das minhas telas, e de outros pintores e nas fotos que tiro. Sinto uma sintonia das imagens nas telas, ou nas mensagens do dia a dia contidas em folhas, gotas d´água, borboletas, joaninhas, louva-a-deus... E assim escrevo em poesias essas sensações de cores, aromas, contornos, texturas, harmonia entre luz e sombra. Uma palavra e sua origem inspiram leituras e pesquisas. Com o passar do tempo recebi convites: livro individual, antologias, no Brasil e em outros países, e convites para participar de Academias Literárias e Exposições de Poesias e telas na Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia (AVIPAF).
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Analise seu estilo, sua voz literária. Como a Vanice leitora enxerga a Vanice poeta?
Enxergo minha escrita poética, como leituras internas e leituras das imagens e sensações que encontro à minha volta, tecendo um estilo literário suave, mas ao mesmo tempo refletindo com intensidade esses encontros diários com a natureza, principalmente ao escrever haicais. Também gosto de desenhar com palavras as linhas de outros textos: prosa poética, contos, crônicas, quais momentos, que despertam minha atenção, relacionando-os com alguns quadro ou telas de pintores que admiro. A Vanice leitora enxerga a Vanice poeta, a cada dia com mais curiosidade e, aprendendo com a Literatura e Arte a reconstruir à sua vida, num exercício de autoconhecimento e também de lapidar o olhar ao observar desde um céu outonal, até os sorrisos ou o silêncio das pessoas que encontro nas caminhadas diárias.
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Fale um pouco de seus livros.
A maioria dos livros impressos são Antologias de Concursos, de poesias e haicais que participei no Brasil e na Croácia, tem alguns livros que fiz as capas e ilustrações em aquarela ou com fotografias. Também tenho crônicas e contos publicados em edições nacionais.
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Onde o livro pode ser adquirido? Qual é sua expectativa de vendas?
Os livros, antologias de poesias e e-books podem ser adquiridos através do meu e-mail: [email protected] ou no contato do Messenger no Facebook e Instagram. Ainda tenho alguns exemplares da Antologia CONEXÃO (Feira do Poeta de Curitiba) da qual fiz a capa, entre outros livros de poesias dos quais participo. Quanto à expectativa de venda, vejo com otimismo, mas depende também das divulgações e da sintonia literária com o leitor. Sempre separo uns exemplares para bibliotecas e escolas (doação).
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Sobre títulos de poemas: Você escolhe alguma palavra do poema ou do livro, procura inspiração em outros textos ou os títulos surgem na sua cabeça?
Quanto aos títulos dos poemas e dos livros, muitas vezes, uma palavra e sua origem inspiram a pesquisa, e a partir dessa ideia inicial a palavra se transforma, tendo vida e outros significados e os poemas e títulos fluem de maneira natural. As ideias estão presentes em cada imagem ou objeto que faz parte da minha vida, seja uma trinca no azulejo azul, ou no vidro da janela, cacos de um espelho; a beleza de uma xícara de porcelana ou de ágata com as nuances acrescentadas por um de chá de morangos... Ou ainda, os lambrequins, tijolos antigos, janelas, e escadas de uma casa em demolição, em tudo há histórias a serem “lidas” e depois transmutadas em poesia ou em uma crônica. Cada detalhe do dia está repleto de mensagens e significados, por exemplo, o pôr do sol, a chuva que desliza pela janela, os sons da madeira no fogão a lenha, a melodia dos sinos de vento... bolhas de sabão. O amor e saudade também fazem parte das ideias, sendo fontes de inspiração. Gosto de olhar com atenção e curiosidade os detalhes, do dia a dia, respirando, sem pressa, a atmosfera que envolve cada imagem que se apresenta em telas, fotografias ou na observação dos meus sentimentos e ainda, das pessoas e acontecimentos.
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Nesta época muitas pessoas escrevem contos, crônicas e poemas. Você pensa que essa explosão literária elevará a poesia ou a banalizará?
Penso que esse maior número de publicações de contos, crônicas e poemas, seja por editoras ou nas redes sociais, é bem-vindo, e com o passar do tempo elevará a poesia, mas faz-se necessário que o escritor revise seus textos e tenha um olhar lúcido e envolvimento com a mensagem que ele quer passar ao escrevê-lo, é importante que o autor ‘namore’ seu texto antes de publicá-lo. E se for escrever, por exemplo, haicais clássico, sonetos ou trovas, é bom que as regras básicas dessas construções poéticas sejam mantidas.
* Fale de seus projetos para o segundo semestre de 2025.
Entre meus projetos para este ano, farei a publicação de um livro individual, ilustrado de Haicai, Haibun e Tanka; e voltarei a ministrar as Oficinas presenciais de Haicai e organizar uma Exposição com aquarelas.
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