Parei diante da árvore contemplando seu esplendor. Boquiaberta, logo dei por mim, quantos chamarizes havia ali. Mal conhecia tantas cores, luzes, formas, formatos, texturas, sabores e emoções que prenderam o meu querer.
Diversidade de cores e formas em matéria perigosa e saborosa. Acho que aquilo tudo me encantou de tal maneira que ali ainda estou, presa do tempo sem precisão. A vontade de conter aquela iluminação me persegue.
Não toquei nos enfeites de vidro feitos bolas, estrelas, mandalas, lamparinas elétricas, mas, recolhi ao complexo da emoção cada pequeno pinheiro, trenó, pé de meia, pacote de presente.
E acolhi, apropriando-me e resguardando em compartimentos de tesouros secretos todo urso, cervo, pássaro, borboleta e Noel, feitos pelas habilidosas mãos das minhas avós, pães de mel confeitados.
Há delícias de sabor e aroma que pendurados, ressabiados, aguardavam por resgate. Mal compreendia naquele momento da criancice que cada Natal resguarda sua emoção.
Foi então, e só então, com a chegada de duas novas gerações que na velhice percebi a diversão. Cada árvore de Natal vem acompanhada de sua narrativa histórica e aconchega na beleza dos enfeites o carinho, de todo tempo, de geração a geração. Presente-ação!
Solange Chemin Rosenmann