1) Quais ações/projetos o senhor apresentou na Assembleia Legislativa do Paraná nos seus mandatos como deputado estadual para fomentar a inovação e o empreendedorismo, sobretudo no mandato atual?
Nosso mandato de deputado estadual tem focado em propostas para os direitos das pessoas e para os municípios do Paraná. São ações que visam um Paraná de oportunidades, integrando diversas áreas ao fomento da inovação e empreendedorismo. O Programa Oportunidade Jovem é um projeto de lei que visa qualificar jovens para um futuro empreendedor (projeto de lei 15/2020), este projeto de lei está na Comissão de Constituição e Justiça ainda, e vamos lutar para que seja aprovado. Ainda, buscamos tratar a promoção de direitos como algo voltado à inovação, não tecnológica exatamente, mas a conexão de políticas públicas voltadas à vida das pessoas, como a reserva de vagas para idosos nas unidades públicas estaduais (PL 700/2019) no sentido de promoção de educação para população idosa, sem maiores custos para o Estado, e a troca de experiências entre empreendedores. Ainda, na defesa do patrimônio estadual, coordeno a Frente Parlamentar das Estatais que busca otimizar o apoio estatal à inovação e empreendedores. Minha atuação integra essas e outras iniciativas para construir um ecossistema inovador e com oportunidades no Paraná.
2) O desenvolvimento da inovação e do empreendedorismo depende muito do trabalho feito nos municípios. O que se observa na grande maioria das cidades, excetuando a capital Curitiba e as maiores do interior, como Londrina e Maringá, a inovação e o empreendedorismo ainda não avançaram significativamente. O que o senhor tem feito enquanto deputado para diminuir essas disparidades?
O municipalismo e o acesso às oportunidades de geração de emprego e renda para todos é a diretriz, a linha mestra, do nosso mandato. Nós temos buscado a transparência dos benefícios fiscais para grandes empresas concedidos pelo Paraná, temos pedido a priorização do investimento para as micro e pequeno empreendedores e o direcionamento de investimento público para os pequenos municípios. Desde o início propusemos a isenção de tarifas de pedágios para municípios ao redor das praças de pedágios, para reduzir os custos de micro e pequenos empresários na atividade empreendedora. Porém, infelizmente, esse projeto de lei não foi aprovado pela Assembleia, antes da nova concessão de rodovias.
3) A inovação ainda está muito atrelada às pessoas mais abastadas, aos universitários, e às grandes empresas, distante dos micro e pequenos empreendedores e da população mais vulnerável economicamente. Como é possível mudar esse cenário?
O ambiente da inovação precisa ser territorializado e deve começar prioritariamente pelas regiões e setores que concentram os maiores índices de vulnerabilidade, porque a inovação pode mudar realidades. Além disso, a inovação precisar estar instrumentalizada e presente nos orçamentos públicos e pautada nos orçamentos privados.
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
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