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Entrevista coordenador de ambientes de inovação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação de São Paulo Marcelo Caldeira Pedroso – Parte II

20 out 2025 às 06:00

Neste segundo trecho da entrevista com o coordenador de ambientes de inovação do Estado de São Paulo, aprofundo a discussão e análise em torno dos ecossistemas.


Há algum tempo defendo a proposição de instrumentos que fortaleçam o ambiente de inovação de Londrina e no Paraná. Uma delas é menor burocratização dos processos de desenvolvimento de tecnologia, os quais tradicionalmente envolvem projetos acadêmicos que nem sempre atingem seus objetivos e metas, sem contar que dificulta o caminho dos empreendedores focados nos negócios do cotidiano. É fundamental, por exemplo, que haja recursos para que os empreendedores possam experimentar novos projetos, a exemplo do que ocorre com o PIPE (Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas) da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo). A Fundação Araucária (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Estado do Paraná) vem realizando um bom trabalho nesse sentido. Acredito que seria importante aprimorar alguns pontos, como favorecer maior participação de micros e pequenas empresas, não necessariamente startups, e contar com uma participação mais efetiva das empresas privadas, de forma que os projetos de inovação sejam em sua totalidade direcionados para a resolução de problemas concretos das firmas.

Ademais, é crucial maior envolvendo dos municípios na criação de um ambiente mais propício à inovação. Um exemplo seria a criação de fundos municipais de inovação, o que já existe em algumas cidades, como Londrina, cujo efeito prático é reduzido; a criação de espaços de inovação em forma de hubs, por exemplo, em municípios de menor porte, onde haja poucos e ou nenhum parque tecnológico, incubadoras, aceleradoras; e ainda maior envolvimento com as universidades e centros de pesquisa, os quais poderiam contribuir de uma maneira mais efetiva, sobretudo em termos de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia.

Vamos à segunda parte da entrevista:


4) No Estado de São Paulo também há investimento privado em ambientes de inovação, sobretudo em forma de hubs. Como eles estão integrados ao SPAI e como eles são importantes para o desenvolvimento de inovação e do fomento ao empreendedorismo?

Atualmente estamos conversando com vários ambientes privados de inovação com o intuito de conectá-los ao Sistema Paulista de Ambientes de Inovação (SPAI).


5) Como a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação vem atuando para fomentar e desenvolver a inovação social, focada em microempreendedores individuais, autônomos e pessoas com menor grau de formação escolar e que correspondem a parcela significativa dos empreendedores em nosso país?

A inovação social, considerando o foco nos microempreendedores individuais, autônomos e pessoas com menor grau de formação escolar, é uma questão que permeia diferentes Secretarias Estaduais, tais como as Secretarias de Desenvolvimento Econômico e de Educação. A Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação entende que a adoção da inovação orientada por missões, pela sua natureza multidisciplinar, pode contribuir para abordar questões sociais que são transversais a diferentes instituições públicas e privadas.


*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).

Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.

@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)

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