Nesta segunda parte da entrevista com o professor Carlos Arruda, tratamos de maneira mais aprofundada como Minas Gerais vem lidando com os desafios para fomentar e desenvolver a inovação. Experiências que podem ser valiosas para o Estado do Paraná, os municípios, assim como órgãos e entidades públicas que enfrentam dificuldades semelhantes e cenários macroeconômicos e sociais similares.
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2) Em termos de políticas públicas de inovação, o que está dando certo e o que precisa ser revisto/aprimorado no entendimento do senhor, sobretudo no que diz respeito ao fomento à inovação focado no desenvolvimento tecnológico e no crescimento da indústria?
O Brasil possui um conjunto de leis e mecanismos de fomento bem estabelecidos. A Lei da Inovação (10.973/2004) e a Lei do Bem (11.196/2005), por exemplo, oferecem incentivos fiscais para empresas que investem em pesquisa e desenvolvimento (P&D). Além disso, a existência de agências de fomento robustas como a FINEP e o BNDES e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT) é um pilar fundamental sem falar na rede de 27 fundações estaduais de fomento à pesquisa como a FAPEMIG, FAPESP, FAPERGS, entre outras que têm sistematicamente aumentado seus investimentos.
Acredito também que o modelo da EMBRAPII (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial), que atua como uma ponte eficiente entre centros de pesquisa e a indústria, é um exemplo de sucesso. Ao financiar parte dos projetos de inovação das empresas e reduzir o risco, a EMBRAPII estimula a colaboração e a transferência de tecnologia, gerando resultados concretos.
3) Como presidente da Fapemig, que ações foram implementadas pelo senhor e que estão trazendo os melhores resultados?
A FAPEMIG tem um papel fundamental no ecossistema de ciência, tecnologia e inovação de Minas Gerais. Com base na atuação da fundação e nos resultados apresentados, algumas ações têm se destacado por trazer os melhores resultados no fomento à pesquisa e ao desenvolvimento do estado. Um dos focos mais estratégicos da FAPEMIG tem sido o fomento direto à inovação dentro das empresas de Minas Gerais. O edital Compete Minas, por exemplo, oferece recursos financeiros para que empresas, especialmente as pequenas e médias, possam desenvolver projetos de P&D.
No Compete incentivamos a cooperação entre empresas e ICTs – instituições de incentivo e pesquisa induzindo a aproximação da pesquisa acadêmica com o setor produtivo e estimulam a competitividade e a criação de produtos e serviços de alto valor agregado. O resultado direto é a geração de novos negócios e a fixação de talentos no estado.
Outro esforço tem sido o fomento à Pós-Graduação e Formação de Recursos Humanos. A FAPEMIG tem investido fortemente em bolsas de estudos para mestrado e doutorado, além de apoiar os programas de pós-graduação das universidades mineiras.
*Continua na próxima semana
*Lucas V. de Araujo: PhD em Comunicação e Inovação (USP).
Jornalista Câmara de Mandaguari, Professor UEL, parecerista internacional e mentor de startups.
@professorlucasaraujo (Instagram) @professorlucas1 (Twitter)