No início do século XXI, o cineasta americano Brian De Palma não conseguia mais financiamento para seus filmes nos Estados Unidos. Isso fez com que ele procurasse investidores na Europa e o resultado é este Femme Fatale. De Palma é um mestre das imagens e move a câmara como poucos. O estilo inconfundível do diretor está presente de maneira plena aqui. Com roteiro dele próprio, somos apresentados a Laura Ash (Rebecca Romijn-Stamos), uma mulher que domina a arte da manipulação. E ela precisa fazer uso de diferentes truques por conta da inesperada exposição em decorrência da ação do paparazzi Nicolas Bardo (Antonio Banderas). O convite feito por De Palma é simplesmente irresistível e nos leva por boas surpresas e reviravoltas. Femme Fatale é aquele tipo de filme que se fosse dirigido por alguém sem talento se transformaria em um amontoado de clichês. Não é o que acontece nesse fabuloso exercício de narrativa fílmica. E mesmo que a trama possa parecer confusa para espectadores pouco atentos, não se engane, tudo faz sentido e é, para dizer o mínimo, genial.
FEMME FATALE (França/Suíça 2002). Direção: Brian De Palma. Elenco: Rebecca Romijn-Stamos, Antonio Banderas, Peter Coyote, Eriq Ebouaney, Edouard Montoute, Rie Rasmussen, Gregg Henry e Jean-Marc Minéo. Duração: 114 minutos. Distribuição: PlayArte.