Versões cinematográficas da famosa peça de Edmond Rostand, Cyrano de Bergerac, são quase tão antigas quanto o próprio cinema. Somente na primeira década do século XX foram produzidos dois curtas inspirados nela. Porém, a que mais chamou a atenção foi a versão de 1950, dirigida por Michael Gordon e com José Ferrer no papel-título. Com roteiro adaptado por Carl Foreman, a ação se passa entre os anos de 1640 e 1655. Somos apresentados ao nosso herói, um típico romântico que domina as palavras como ninguém. Sua grande paixão é sua prima, a bela Roxanne (Mala Powers). Porém, por se julgar feio, em especial, em decorrência de seu desproporcional nariz de sete centímetros, Cyrano ajuda outro homem, Cristiano (William Prince), também apaixonado pela jovem, mas, sem o dom para se expressar. Cyrano "conquista" Roxanne colocando palavras na boca de Cristiano. No entanto, o triângulo se transforma em quadrilátero amoroso com a entrada em cena do duque de Guiche (Ralph Clanton). Clássica tragédia romântica do teatro francês, esta célebre versão de 1950 deu a José Ferrer o Oscar de melhor ator e reinou absoluta por 40 anos, até Jean-Paul Rappeneau dirigir sua adaptação, Cyrano, em 1990, com Gérard Depardieu à frente do elenco.

CYRANO DE BERGERAC (EUA 1950). Direção: Michael Gordon. Elenco: José Ferrer, Mala Powers, William Prince, Morris Carnovsky, Ralph Clanton, Llyod Corrigan, Virginia Farmer e Edgar Barrier. Duração: 113 minutos. Distribuição: Paragon.