Em 1963, o roteirista, diretor e produtor americano Blake Edwards já tinha 10 anos de carreira e alguns sucessos, tanto na televisão como no cinema. Boa parte de seus trabalhos eram comédias, gênero que o consagrou. Principalmente, após o lançamento de A Pantera Cor-de-Rosa. O roteiro, escrito pelo próprio Edwards junto com Maurice Richlin, nos apresenta o atrapalhado Inspetor Clouseau da polícia de Paris, papel que marcaria a vida de seu intérprete, o ator britânico Peter Sellers. O curioso é que Sellers não foi a escolha original. Os produtores queriam Peter Ustinov, que acabou desistindo e abriu espaço para Sellers. O título se refere a um raríssimo diamante que possui uma falha interna na forma do felino em questão e de cor rosada. Aqui ele investiga o roubo da valiosa joia e suspeita de um famoso ladrão conhecido como Fantasma (David Niven). Nesta primeira aventura do inspetor ele é casado com Simone (Capucine). No entanto, personagens recorrentes da série, como Dreyfus e Cato, não aparecem. Blake Edwards disse certa vez que apesar de ele ter criado Clouseau, a contribuição de Peter Sellers o tornou real e completo. E isso é visível na interpretação física, contida e extremamente sutil do ator. O sucesso alcançado gerou ao longo das décadas seguintes outros 11 filmes e uma série de desenhos animados, já que os curtas dos créditos de abertura, criados por David H. DePatie e Friz Freleng, foram tão bem recebidos que ganharam vida própria. E claro, não podemos nos esquecer do clássico tema, composto por Henry Mancini e que, como diz a lenda, teve seus acordes arranjados pelo músico paranaense Waltel Branco.

A PANTERA COR-DE-ROSA (The Pink Panther – EUA 1963). Direção: Blake Edwards. Elenco: Peter Sellers, David Niven, Robert Wagner, Capucine, Claudia Cardinale, Brenda de Banzie, Colin Gordon e James Lanphier. Duração: 115 minutos. Distribuição: Warner.