O técnico Silvinho Canuto completa duas semanas a frente do Londrina e vive a expectativa de poder iniciar um trabalho no clube pelo primeira vez desde o começo. Serão mais duas semanas de preparação até a estreia no Campeonato Paranaense no dia 28 de fevereiro contra o Maringá, no estádio do Café.
Em entrevista a Folha de Londrina e a este Blogueiro, o treinador falou das dificuldades que a temporada pode trazer ao Alviceleste na volta do clube a série B do Brasileiro, mas também se mostrou muito otimista com o início do trabalho e com a perspectiva de bons resultado ao longo do ano.
Aos 44 anos, Silvinho Canuto, dirigiu o Londrina em cinco jogos, sempre como interino e em situações emergenciais - nos últimos quatro jogos da série B em 2019, quando não conseguiu evitar o rebaixamento e na última partida da série C 2020/2021, quando o LEC venceu o Remo e conseguiu o acesso. Confira a entrevista do técnico alviceleste.
Está satisfeito com os reforços que chegaram até agora?
Estou satisfeito. São meninos bons e estão indo bem nos treinamentos. Claro que há muita diferença de treinos e jogos e por isso queremos fazer alguns amistosos até a estreia, mas temos esbarrados em algumas situações que têm impedido estes jogos, como a questão do vírus. Mas são reforços que pelo menos nos treinos estão indo bem. ( O LEC ainda não oficializou, mas já acertou a contratação dos laterais João Carlos e Luiz Henrique, do volante Jean Santos, do meia Marcelo Freitas e do atacante Thiago Henrique).
Será a primeira vez que você vai iniciar um trabalho a frente da equipe principal. Como você está encarando esta chance e qual sua expectativa?
É uma grande chance para poder começar um trabalho a frente de uma equipe principal ainda mais de uma equipe de nome como o Londrina. Vivo o dia a dia do clube. Comecei no juvenil, depois juniores e umas experiências no profissional. A expectativa de estar a frente do Londrina é muito grande e de fazer um campeonato muito bom. Não só no Paranaense, mas na Copa do Brasil e série B também. A minha expectativa e a do elenco é muito grande. Espero realmente que as coisas aconteçam como planejado e como vem acontecendo nos treinos para que eu também possa me firmar na carreira.
O Alemão deixou o clube, mesmo com o acesso, recebendo muitas críticas da torcida e acabou demitido. Você teve uma trajetória parecida
com a dele no clube: jogador formado no clube, se profissionalizou, saiu, voltou e agora é o treinador. Você entende que a paciência do torcedor e dos
dirigentes é menor com quem é "prata da casa"?
A minha trajetória e a do Alemão é bem parecida. Jogadores formados no clube, com início de carreira no clube pelas categorias de base e chegando agora ao profissional. Claro que o torcedor quer ver treinadores e jogadores de nome, mas se nós estamos tendo esta chance é porque conhecemos o clube. E a nossa função é fazer o melhor possível e conquistar a confiança do torcedor que é fundamental não só para o treinador mas também para os jogadores.
Esta cobrança existe tanto em cima do atleta quanto do treinador. Sei das dificuldades que teremos, mas a expectativa é que o torcedor compre a ideia e que ele nos incentive sempre, para isso o trabalho tem que ser bom e com resultados também.
Silvinho dirige o Londrina no jogo decisivo da série C contra o Remo, em Belém
Nas outras duas vezes que dirigiu o LEC, você não teve tempo de implantar a sua filosofia. Agora, iniciando um trabalho, qual será o Londrina que o Silvinho quer mostrar em campo?
Foram pouco jogos que eu tive no profissional. É o que eu sempre gostei, não só na base, nos juniores, onde fomos campeões. Uma equipe bem ofensiva, leve em campo, que cria bastante e tem uma marcação forte. Muita vontade e determinada é que eu quero ver dentro de campo. O trabalho tem sido bom, a resposta nos treinos tem sido boas também. Espero que as coisas aconteçam e que tudo que a gente tenha de ideia consiga colocar dentro de campo.
O Campeonato Paranaense a cada ano que passa perde mais interesse e valor. Muitos clubes optam por times reservas, de aspirantes. Qual será a aspiração do Londrina no Estadual?
Cada vez mais o Paranaense se torna mais fraco, em termos de investimento da federação em cima dos clubes. Campeonatos como o Paulista, Carioca, Catarinense, o Gaúcho são fortes. O investimento é muito bom. O nosso paranaense tem ficado fraco em relação a isso. Cada vez mais as equipes maiores vem com equipes alternativas e usam como preparação para competições mais importantes. Temos que nos preparar porque é uma competição difícil, mas fazer também uma preparação para as demais competições do ano.
O Londrina volta a série B este ano. Será uma temporada para evitar uma nova queda e se manter na divisão ou o Londrina vai em busca de algo a mais na competição?
Nós tivemos muitas dificuldades na série C, não só o Londrina, todas as equipes por causa da pandemia. Nós temos, segundo o gestor, algumas pendências financeiras que o clube trouxe do último ano. Nesta volta temos que errar o mínimo possível. Fazer as contratações pontuais, trazer jogadores que encarem a série B como ela deve ser. Muito difícil e aguerrida. Claro que pensamos sempre em subir, mas nós sabemos das nossas dificuldades. Tem muitas equipes boas que estão descendo da série A e, por isso, temos que ser os mais perfeitos possíveis dentro da competição.
Temos que nos organizar para não cair e depois pensar em algo melhor, que é o acesso.