Depois do terremoto e do tsunami sobraram muitos pertences das vítimas. Recolheram muito dinheiro, jóias e até barras de ouro. Foram encontrados aos poucos dentro carteiras perdidas pela pressa, de cofres arrastados pela força das águas e em vasílias simples que podem ser confundidas com algum utensílio de cozinha. O total encontrado foi 125 milhões de reais. Dinheiro para resolver os problemas de muita gente.
Como nessas horas ninguém quer saber do dinheiro alheio, o pessoal que encontravam os valores entregavam imediatamente à polícia. Descoberto seu dono, o valor era devolvido.
Nada mais natural não fossem a índole humana de querer se apoderar do que não lhes pertence. Ainda mais se ninguém estiver vendo.
O povo japonês tem fama de honesto e, em parte, isso é uma verdade. De um modo geral as carteiras ou bolsas esquecidas nos trens e metrôs são devolvidos intactos aos seus donos. Eu mesmo já esqueci minha bolsa dentro do trem no período da manhã e fui buscá-la na estação no final da tarde com tudo dentro, inclusive dinheiro e cartões de créditos. Cameras fotográficas e filmadoras também são devolvidas. Acho que ninguém quer saber o que está no "memory card" dessas máquinas. Sabem também que cameras e filmadoras trazem lembraças que só dizem respeito ao dono. É o respeito pelo respeito à privacidade.
Mas dizer que ninguém se apossa do que não lhe pertence é um grande exagero. Existem furtos e malandragens, principalmente de bicicletas estacionadas nas estações de trens. Em alguns dias a bicicleta é encontrada, mas não deixa de ser uma safadeza.
Não sei como anda a honestidade do povo brasileiro, mas pelas manifestações contra a corrupção no dia da Independência parece que os políticos estão em baixa.
Será que honestidade é aprendida na escola ou na família?
Assistam à reportagem de Roberto Kovalic da Rede Globo.

Honestidade