Sabe como é, o nosso tempo vai sendo preenchido pelo trabalho, pela dedicação aos filhos, pelos sonhos de prosperar e aí quando nos damos conta já foram vários anos. Normalmente ficamos tão absorvidos por querer bens materiais, adquirir o último modelo do carro, do celular, da filmadora e do "blue ray" para podermos assistir ao nosso programa preferido a qualquer hora. Ficamos também fascinados pela TV 3D de 52 polegadas para a assistir meia dúzia de filmes e alguns joguinhos no final de semana.
O problema, meus amigos, é que ao girar os olhos ao redor do nosso mundinho, percebemos que ela é composta por gente que nos acompanham silenciosamente nesta caminhada e muitas vezes nem percebemos. Os filhos se esforçam para se adaptarem ao nosso rítimo e até adquirem algumas das nossas paranóias. As mulheres se posicionam ao lado com a aquela presteza característica e até deixam um pouco de suas próprias vidas para viverem a nossa. Assim o tempo vai passando sem percebermos o essencial. E o essencial é o que sentimos pelos nossos entes queridos, pelas pessoas que estão ao nosso lado mesmo que esse "nosso lado" signifique alguns mil quilômetros.
Meu filho está prestando exames para tentar ingressar numa boa escola aqui de Kyoto e foi aí que percebi o quanto o tempo passou. O meu outro filho já é o aluno mais alto da classe dele e minha esposa sempre preocupada com tudo na vida. E eu? Será que deixei o tempo passar correndo atrás de uma bola?