Saiu recentemente o ranking dos países com mais idosos no mundo e o Japão ganhou fácil. Aqui temos muita gente com mais de cem anos, saudáveis e lúcidos. As mulheres vivem em média pouco mais de 85 anos e os homens em torno de 80 anos. O motivo para essa longevidade devem ser as melhorías nos sistema de saúde, a tecnologia e a mudança na qualidade de vida.
Os idosos por aqui são ativos, orgulhosos e não aceitam qualquer tipo de ajuda. As vezes sentem-se ofendidos quando oferecemos o lugar no trem, não os consultamos para nada achando que o tempo deles já passou. O Japão é praticamente sustentado por homens e mulheres com mais de sessenta anos, os aposentados que podem viajar, possuem tempo para escalar montanhas, frequentar restaurantes, dar brinquedos aos netos. A quantidade de idosos impressiona, olhe para qualquer lado e verá alguém que não tem a pressa doentia, o terno e gravata escuro, os passos rápidos para ir não sei onde.
Se entre os jovens ainda não está enraizada a prática de esportes, entre os de cabelos brancos correr, caminhar, nadar, movimentar o corpo é tradição. Acordam cedo, por volta das cinco horas, e começam uma caminhada, algum exercício para trabalhar os músculos. É só passar próximo de algum parque e lá estão eles, em grupos, sacudindo o corpo, trocando idéias, acho que até fazendo algumas fofocas.
Dizem que não falta muito para que 50% da população ultrapasse a terceira idade. Aí fica a pergunta: será que os jovens, aqueles que estão na ativa vão conseguir segurar o rojão? Será que estão preparados para sustentar esses país que oferece tantos benefícios sociais?
É esperar para ver. Enquanto isso, podemos aprender alguma coisa com esse pessoal que tirou o país da trevas da bomba atômica, que comeu somente arroz por um bom tempo, que trouxe um progresso sem precedentes e que não permitiu que destruíssem sua cultura. Aqui ainda tem um bocado de problemas, mas não temos como tirar o chapéu para quem viu e viveu tantas coisas. Tomara que este país seja como vinho, quantos mais velho melhor.
Assista a matéria de Catarina Hong