Verão e férias escolares nos levam às piscinas e brincadeiras. Aqui no Japão, além dos tradicionais "matsuris" que fazem a festa da meninada, os japonesinhos, incluindo meus filhos, deram de assistir filmes de terror. Eu tentei de todos os jeitos dissuadí-los de ficarem em frente à TV vendo toda essa feiúra. Mas não teve jeito e a molecada, mesmo com medo de perder a fala, levaram o projeto à frente. Uns ficavam com as mãos no rosto, outros abraçavam a almofada, enquanto os menores cerravam os olhos para enxergarem apenas os vultos.
Cada vez mais, acho nós seres humanos, uma espécie estranha que precisam ficar experimentando sensações diversas para achar a vida emocionante. Não bastam as violências cotidianas pelo mundo afora, os meninos de hoje ainda precisam de mais adrenalina para sentirem-se vivos. E de vivos esses filmes de terror não tem nada.
Aí fico pensando... "será que precisamos de tudo isso num verão com céu azul, parques aquáticos, jogos de artifícios e sorvete?"
Sem querer ser saudosista ou retrógrado, ainda prefiro aquele tempo em que férias era tempo de balançar em árvores, jogar no campinho de terra, pegador, esconde-esconde, duro ou mole, bate lata, mãe da rua, estréia cela nova...
Assistir filmes de terror nas férias deve ser um horror.
Um trechinho do medo