Dia 19, segunda-feira, foi feriado mas eu nem dei muita bola porque trabalhei normalmente, mas percebi que as escolas estavam fechadas e o trânsito bem melhor. Nem me dei ao trabalho de saber que data era aquela porque aqui é feriado no dia do verde, no dia mar, no dia dos esportes, no início da primavera, etc. Tudo é comemorado, então eu nem ligo mais. Além disso, como não sou funcionário público, bancário ou auxiliar de escritório, não sigo esses feriados convencionais.
Hoje me dei conta de que a comemoração dessa vez era mais nobre, pelo menos para mim. Foi comemorado o dia em respeito ao idoso, o que por aqui é muito sério. São 20.5% da população masculina e 26% da feminina, um contingente de aproximadamente 30 milhões de pessoas acima dos 65 anos, mais 8.66 milhões acima dos 80 anos. Um aumento de 240 mil pessoas em relação ao ano passado.
Os idosos japoneses são ativos e não perdem terreno. Disputam maratonas, nadam, frequentam academias e estão sempre envolvidos em causas sociais. Sem falar que viajam, frequentam restaurantes e fazem a economia interna funcionar.
Os carros dirigidos por pessoas acima dos 70 anos tem um adesivo colorido para identificação. Todas as calçadas possuem rampas para os cadeirantes, as bicicletas possuem motor, os ônibus quando param ficam mais baixos, quase arrastando, para que os velhinhos possam subir com menos esforço. Enfim, tudo é feito para facilitar a vida desse pessoal.
Logicamente os gastos com a previdência social são maiores, mas acho que isso não é o mais grave. Dizem que o pior é que muitos não querem deixar a ativa não permitindo a chegada dos jovens aos cargos mais elevados o que desistimula a renovação e a inovação. Como aqui existe muito respeito a hierarquia, então dá para imaginar o que devem passar aqueles que querem ascender numa corporação.
Confesso que eu fui um daqueles que enxergavam os idosos como inúteis, problemáticos. Mas nesses anos mudei minha visão completamente. A energia que esse pessoal possui é incrível. Para eles não existem dias nublados, cansaços, desânimos. Tudo é possível e realizável. Tudo ainda está por ser feito. Por isso, meu respeito por eles triplicou e hoje eu me sinto feliz em estar rodeado de tantos experientes, que somente o tempo e os idosos podem nos mostrar. Hoje fico mais atento quando um deles fica falando do passado, contando suas histórias. Tenho uma paciência infinita em esperar a minha vez nos aparelhos de musculação e entendo porque as esteiras de ginásticas estão sempre ocupadas. É a busca pela saúde, por uma vida mais ativa, por um sonho a ser conquistado. Nós também chegaremos lá.
Homenagem aos idosos