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Investigação estranha

02 jul 2009 às 22:57
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O Japão é um dos países com a maior carga horária de trabalho do mundo. Por aqui aquele que não quiser permanecer no expediente por no mínimo dez horas diárias está fora do mercado. Os que saem antes são mal visto pelos demais, e esse negócio de novato e veterano é levado muito a sério por esses lados. Os que infringem essa regra recebem uma reprovação silenciosa, pois no fundo não estão fazendo nada de errado.
Na verdade, depois das oito horas trabalhadas ninguém irá fazer nada muito sério, mas é o horário onde os funcionários podem trocar idéias, conhecerem uns aos outros e poder bajular o superior hierarquico. Japonês que presta, sabe como puxar o saco do chefe.
Recentemente, junto com um projeto de alteração dos cartões de identificação para estrangeiros, saiu uma notícia no mínimo curiosa. A investigação sobre o aumento de morte de estágiários estrangeiros. Pode uma coisa dessa? Será que alguém sabia que morrem tantos estágiários por aqui?
Pois é, só no ano passado foram 34 estrangeiros com a incrível marca de 16 pessoas com morte por parada cardíaca ou derrame cerebral. Foram 13 mortes a mais do que em 2007.
O que as autoridades querem saber é porque os estagiários, normalmente numa faixa etária entre 20 e 35 anos morrem por problemas que acometem a população em geral numa idade mais avançada.
A investigação foi a pedido da Organização Internacional de Cooperação de Treinamento do Japão (JITOC) que está desconfiada de que os estagiários estejam sendo utilizados como mão de obra barata em seu primeiro ano de estágio fazendo-os trabalhar em locais perigosos, insalubres e com muitas horas extras, com o pretexto para que ganhem experiência prática.
Desde 1992 morreram em terras nipônicas 213 estagiários sendo que 32% foram por problemas cardiovasculares ou derrame cerebral.
Os estágios são de aproximadamente 3 anos e os custos são pagos parcial ou integralmente pelo governo japonês. A maioria dos alunos veêm dos países do leste asiático onde as grandes indústrias japoneses possuem fábricas ou representações.
No Japão nem tudo funciona como um país do primeiro mundo.
Vem estudar aqui, vem...
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