A indústria automotiva brasileira divulgou na sexta-feira (27) levantamento sobre "descarbonização" em que afirma que a venda de veículos leves híbridos e totalmente elétricos no país poderá superar os emplacamentos de modelos somente a combustão em 2030.
O levantamento foi realizado pelo Boston Consulting Group, a pedido da associação de montadoras Anfavea, ao longo do primeiro semestre deste ano, ouvindo agentes do setor, representantes governamentais e consumidores, afirmou a entidade.
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O estudo afirma que os veículos eletrificados (híbridos e elétricos) poderão somar mais de 90% das vendas de novos no Brasil em 2040. Atualmente, os veículos leves eletrificados respondem por pouco mais de 7% das vendas de novos no Brasil.
A pesquisa foi realizada em um momento em que grupos chineses como BYD e GWM importam grande volume de veículos eletrificados ao país, em meio a uma estratégia de início de operação de fábricas locais.
Enquanto isso, outros como a também chinesa Zeekr preparam entrada no país, ao passo que montadoras locais seguem lentas na adoção da eletrificação apesar de rápidos avanços de suas matrizes no exterior.
Na categoria veículos pesados, que reúnem caminhões e ônibus, as vendas do que a Anfavea chama de "novas tecnologias de propulsão" podem representar 60% do mercado em 2040.
"Em aplicações como ônibus urbanos, as versões elétricas podem ultrapassar 50% já em 2035", afirmou a entidade.
Segundo o levantamento, atualmente, o setor automotivo emite 242 milhões de toneladas de gás carbônico por ano, o que representa cerca de 13% das emissões totais do poluente no Brasil. Se o ritmo atual de crescimento for mantido, as emissões de CO2 poderão atingir 256 milhões de toneladas em 2040.
Mas o estudo afirma que as emissões acumuladas entre 2023 e 2040 poderão ser reduzidas em 281 milhões de toneladas de CO2 por meio da "combinação de esforços" entre novas tecnologias e aplicação de biocombustíveis.
"O Brasil tem grande potencial para combinar tecnologias automotivas inovadoras com a força dos biocombustíveis", afirmou Masao Ukon, diretor executivo do segmento automotivo do BCG para América do Sul.
"Este avanço está condicionado ao desenvolvimento de um ecossistema envolvendo fornecedores, infraestrutura de recarga, produção e distribuição de energia e biocombustíveis", acrescentou o executivo em comunicado à imprensa.