Os números de veículos elétricos, híbridos e híbridos plug-in vem aumentando a cada ano. De acordo com dados do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), o Paraná possuía 2.135 unidades em maio de 2020. Esse número saltou para 6.363 em maio de 2022, o que registra um aumento de 198%. Durante o mesmo período, a frota brasileira passou de 30.679 unidades para 92.261.
Além disso, o Paraná, em comparação com outros estados, é o sexto com mais veículos elétricos, tendo aproximadamente 6,9% da frota nacional. Curitiba é a cidade paranense com mais unidades, com 2.865, número que a coloca como a quinta cidade de todo o Brasil.
Para o Engenheiro Eletricista Brazil Alvim Versoza, 1º Diretor Administrativo do CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Paraná), essa tendência vem sendo aceita pelo público, principalmente por conta do apelo sustentável.
“É, sem dúvida nenhuma, uma opção inteligente que contribui com a redução dos danos ambientais, para quem pode investir um pouco mais. Não é possível afirmar que ele será a única opção para o futuro, mas é uma bem positiva que temos atualmente”, ressalta Versoza.
Um dos principais benefícios da utilização de veículos elétricos é a redução dos danos ambientais. O engenheiro eletricista conta que sua utilização tem emissão zero de carbono e poluição sonora, além de utilizar de fontes de recursos renováveis do planeta e ter custos de manutenção menores do que os carros com motor de combustão.
“Mas nem tudo é maravilhoso. Atualmente, o proprietário possui dificuldades com a baixa autonomia, longo tempo de recarga e deficiência de postos de recarga espalhados pelas cidades e estradas”, completa.
Além disso, mesmo com o aumento da frota, a popularização destes carros ainda deve levar tempo. “Calculo que para chegar à classe média e vermos mais carros circulando, temos um horizonte de 10 a 15 anos”, afirma o Engenheiro Eletricista e professor da PUC-PR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná), Valter Klein.
Valério Mendes Marochi, tecnólogo em Mecatrônica Industrial e especialista em Engenharia de Veículos Híbridos e Elétricos, concorda. “Hoje, o Brasil tem uma participação, seja em promoção, manufatura ou montagem de veículos elétricos, muito baixa. A grande maioria, mais de 90%, ainda é importada. A expectativa é que este cenário comece a mudar em 2025 por conta da entrada no mercado de mais veículos com algum grau de eletrificação fabricados no Brasil”, avalia ele, que também atua como pesquisador do Instituto Senai de Inovação em Eletroquímica.
Ações voltadas para o assunto podem auxiliar nesse processo de popularização. Como é o caso de Curitiba, que isentou o pagamento do EstaR (Estacionamento Regulamentado) para veículos elétricos, medida válida até 2024. O governo do Paraná também isentou o IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) de veículos elétricos até o final de 2022, mas que pode ser renovado. Uma isenção do ICMS (Imposto sobre Comercialização de Mercadorias e Serviços) na venda deste tipo de veículo também está sendo estudada.
Segundo o gerente da regional Curitiba do Crea-PR, Eng. Agr. Eduardo Ramires, a atuação dos profissionais da área é fundamental para o desenvolvimento do segmento.
“É necessário considerar que o conhecimento técnico e a intervenção dos engenheiros será cada vez mais importante para a estruturação e os novos desafios que o segmento de veículos com novas tecnologias impõe, no que se refere aos aspectos mecânicos, elétricos e ambientais. Os profissionais do sistema Confea/Crea possuem plenas condições de contribuir com diversas questões relacionadas ao assunto, especialmente pela formação e atuação em funções técnicas de diferentes órgãos, cujas ações e estratégias podem impactar positivamente na sociedade”, afirma Eduardo Ramires.
Perto da barragem