O fim do ano se aproxima, e com ele, as férias e as festas que movimentam as estradas do Paraná. Para muitos motociclistas, essa é a época de fazer a manutenção preventiva de suas motos, preparando o veículo para viagens mais longas. No entanto, deixar a revisão para a última hora pode ser um problema, já que oficinas lotadas nesse período acabam dificultando o agendamento e podem até comprometer os planos de viagem ou aumentar os riscos de acidentes durante os deslocamentos devido à não realização do serviço.
É por isso que a recomendação técnica é que o cuidado com o veículo precisa ser constante e realizado ao longo do ano. Essa prática não só assegura o bom funcionamento, mas também a segurança de quem pilota e de todos ao redor.
Os números falam por si. Nos últimos cinco anos, o Paraná registrou um aumento nas mortes e hospitalizações de motociclistas. Dados do Ministério da Saúde, extraídos do SUS, mostram que, entre 2019 e 2023, a média anual de hospitalizações de motociclistas subiu 36%, passando de 3.875 para 5.273. No mesmo período, as mortes aumentaram 12%, com uma média anual de 769 óbitos, contra 685 entre 2014 e 2018.
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São dados que reforçam a importância de práticas preventivas que ajudem a evitar falhas mecânicas e garantam veículos em condições seguras para circulação. Segundo Antonio Grigonis, gerente da Blokton, concessionária Honda no estado, a manutenção preventiva é um dos pilares para reduzir esses índices e proteger vidas.
“Quando o motociclista mantém o veículo em dia, ele minimiza o risco de falhas inesperadas e aumenta significativamente sua segurança no trânsito. Além disso, evita custos maiores no futuro e garante uma moto mais confiável. Não dá para deixar esse cuidado só para o fim do ano, porque o trânsito não tira férias," observa.
Manutenção preventiva é investimento
Para Grigonis, que também é especialista em direção defensiva, a manutenção não é gasto, é investimento em segurança e tranquilidade na hora de rodar. As concessionárias têm buscado facilitar a vida dos clientes com programas próprios que incentivam a manutenção preventiva regular.
A Blokton, por exemplo, possui a Revisão Programada, onde são inspecionados componentes como motor, freios, pneus, suspensão, sistema elétrico e níveis de fluidos, além da troca de peças desgastadas, ajustes e lubrificação de partes móveis.
“O plano garante as sete primeiras revisões necessárias para preservar os três anos de garantia. O cliente ainda pode parcelar os custos em até 12 vezes ou incluí-los no financiamento do veículo, tornando a manutenção mais acessível”, diz.
Além disso, verificar com frequência o nível e a qualidade do óleo, a corrente e o estado da suspensão são cuidados que fazem diferença no desempenho. O profissional reforça que, ao negligenciar esses aspectos, o motociclista não só coloca sua vida em risco, mas também pode ser responsável por acidentes envolvendo outros motoristas e pedestres.
Ainda que muitos pensem na manutenção apenas em momentos específicos, como antes de viagens longas, o ideal é adotar um cronograma regular de revisões. "Pequenos problemas, se não resolvidos a tempo, podem se tornar falhas graves no momento em que mais se precisa do veículo, como em uma emergência. Prevenir é sempre mais barato e seguro do que remediar”, alerta.
Para facilitar ainda mais o dia a dia dos clientes, o gerente conta que mensagens via SMS e WhatsApp são enviadas pela Blokton como lembretes amigáveis para que ninguém deixe a manutenção para depois.
Campanhas educativas
Campanhas educativas realizadas durante o ano têm ganhado força como parte da solução. No Paraná, ações como blitzes informativas, palestras e cursos de pilotagem defensiva são promovidas por órgãos de trânsito em parceria com empresas e entidades do setor. Esses esforços buscam conscientizar os motociclistas não apenas sobre a manutenção preventiva, mas também sobre práticas de direção mais seguras.
“A Blokton também se engaja ativamente em iniciativas educativas junto às autoridades de trânsito. Entre as ações, estão palestras em empresas, blitz educativas e o apoio a cursos como o de pilotagem defensiva para motociclistas, promovido pela CMTU em Londrina a cada quatro meses. Essas atividades têm o objetivo de disseminar a cultura da prevenção e reforçar a importância de práticas seguras no trânsito”, explica.
Ações regulares como são fundamentais ao longo do ano, diante dos números de acidentes em praças importantes no estado. Em Londrina, por exemplo, os sinistros subiram de 2.022 em 2023, com 35 mortes, para 2.060 até outubro de 2024, com 27 óbitos - dados repassados pela Companhia Municipal de Trânsito e Urbanização.
Em Maringá, a Secretaria Mobilidade Urbana (SEMOB) informou que 125 pessoas perderam a vida em acidentes com motos nas ruas da cidade nos últimos cinco anos; em 2023 foram 26 mortes, e neste ano 20 óbitos aconteceram até outubro.
Já Cascavel apresenta uma redução gradual de sinistros desde 2021. Há três anos, foram 659 acidentes e 17 óbitos, caindo para 598 e 11 fatalidades em 2023, e neste ano, até outubro, houve 485 sinistros, com 10 mortes, conforme dados da TRANSITAR - autarquia de Mobilidade, Trânsito e Cidadania no município do Oeste do estado.
Os números de Curitiba, de acordo com dados do Batalhão de Trânsito (BPTran), revelam um aumento nos sinistros com motos, passando de 5.726 acidentes em 2023, com 2.007 feridos e 24 mortes, para 6.368 ocorrências até novembro de 2024, com 2.204 feridos e 22 óbitos.
Com um número crescente de motos em circulação nas cidades e rodovias, cuidar do veículo é uma responsabilidade que vai além do piloto. É um compromisso com a segurança coletiva no trânsito. “É preciso transformar o cuidado com a moto em um hábito, e não apenas em algo esporádico, como em finais de ano. A prevenção é o caminho para um trânsito mais seguro e, acima de tudo, para salvar vidas”, finaliza Grigonis.