Todos os R$ 800 milhões disponibilizados para o programa que concedeu descontos à compra de carros "populares" foram esgotados e ele será encerrado. A iniciativa, que tinha um orçamento inicial de R$ 500 milhões, durou um mês ao todo.
Um dos objetivos do programa era incentivar o setor automotivo, que sofre com a diminuição nas vendas de carros novos. De acordo com o MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços), 125 mil veículos foram vendidos com descontos graças ao programa.
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O ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB) considerou o programa um sucesso. "Houve um crescimento de 14,2% nos emplacamentos em junho ante maio", disse. Segundo ele, em 30 de junho houve o recorde histórico de emplacamentos, com 27 mil carros.
"[A indústria] estava com estoque gigantesco, não tinha como produzir. Vendendo, retoma", avaliou. Alckimin espera que com a queda na taxa de juros, as vendas de carros voltem a crescer, ajudando o setor.
Questionado sobre possíveis novos programas de estímulo para o setor, Alckmin afirmou que o caminho é "melhorar renda da população, emprego, competitividade, mas há momentos excepcionais nos quais ajudamos".
O programa permitia um desconto entre R$ 2 mil e R$ 8 mil para veículos de até R$ 120 mil. Do total de R$ 800 milhões, R$ 650 milhões foram para os descontos. Os R$ 150 milhões restantes servirão para compensar a perda de arrecadação de impostos causada pelo desconto.
A montadora que mais recebeu créditos foi a FCA Fiat Chrysler, com R$ 230 milhões, seguido pela Volkswagen, com R$ 100 milhões, e Renault, com R$ 90 milhões. Completam a lista a Hyundai, com R$ 80 milhões, GM e Peugeot Citroen, cada uma com R$ 50 milhões, Nissan e Toyota, com R$ 20 milhões cada, e a Honda, com R$ 10 milhões.
Quando o programa foi lançado, em 5 de junho, a estimativa era de que teria duração de cerca de quatro meses. Com o sucesso do plano, os recursos para os automóveis atingiram R$ 400 milhões em apenas duas semanas.
Menor preço, maior eficiência energética e maior densidade industrial (capacidade de gerar emprego e crescimento no entorno) foram os três critérios levados em conta para a definição das faixas de desconto. Quanto maior a pontuação nesses requisitos, maior o desconto aplicável.
A formulação do programa para fomentar a compra de automóveis foi anunciada pela primeira vez em 25 de maio por Alckmin. Inicialmente, o foco da política eram os carros de até R$ 120 mil, mas o governo decidiu contemplar também caminhões e ônibus -com descontos que vão de R$ 33,6 mil a R$ 99,4 mil.
O programa destinado para ônibus e caminhões continua. Para caminhões, as montadoras já requisitaram R$ 100 milhões dos R$ 700 milhões disponíveis. Já para ônibus, foram utilizados R$ 140 milhões do total de R$ 300 milhões. "Esse programa se pudesse deveria ser permanente", ponderou Alckmin. A duração da iniciativa é de quatro meses.
Para conseguir o crédito, é necessário dar baixa em um caminhão ou ônibus velho. De acordo com Alckmin, há um gargalo no programa nos Detrans estaduais, que demoram para fazê-lo. "Falei com Denatran [Departamento Nacional de Trânsito], eles se responsabilizaram em falar com todos os Detrans", disse.