A busca por motocicletas de baixa cilindrada cresceu com o avanço da pandemia da Covid-19. De acordo com a OLX Brasil, empresa de anúncios via internet, houve um aumento de 10% na procura pelos modelos mais usados para entregas. A comparação foi feita entre os meses de abril deste ano e de 2019.
Marcos Leite, vice-presidente da OLX Brasil, diz que a demanda se deve aos serviços de delivery, essenciais durante o isolamento social. Segundo ele, as vendas de motos pequenas (novas e usadas) anunciadas na plataforma cresceram 4% na primeira semana de maio em relação ao mesmo período do ano passado.
O modelo mais procurado é a Honda CG 150, que respondeu por 40% das negociações em abril. Cerca de 40 mil unidades foram comercializadas por meio da plataforma e janeiro a maio de 2020. Essa versão foi feita até 2015, quando foi substituída pela CG 160.
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No portal Webmotors, do banco Santander, a procura por motos de 100 cc a 150 cc teve aumento neste mês de maio. Em comparação a janeiro, houve uma alta de 67%.
O interesse repentino reflete o desgaste das motocicletas compactas com o uso severo dos entregadores. Muitos ingressaram no segmento devido à crise e não têm conhecimento técnico sobre seus veículos, o que leva a descuidos com a manutenção, como postergar a troca do lubrificante.
Haydeu Queiroz, gerente técnico da Castrol, explica que os motores das motos trabalham em rotações mais altas que o dos carros de passeio.
Nos modelos de baixa cilindrada, em geral, o óleo cumpre mais tarefas: além de garantir o funcionamento do motor, circula pela caixa de marcha e pelo sistema de embreagem. Esse é um dos motivos de haver diferenças em relação aos lubrificantes usados em carros, explica o especialista.
"O lubrificante utilizado nas motos, em qualquer situação de serviço, incluindo o uso diário e intenso por profissionais de entrega, precisa atender às especificações prescritas pelo fabricante quanto ao período de troca", diz Queiroz.
Segundo a Castrol, há cerca de 23,5 milhões de motocicletas em circulação no Brasil. O segmento seguia em recuperação após um longo período de queda nas vendas, até que foi afetado pela pandemia.
O movimento no setor de entregas, contudo, deve fazer o mercado das duas rodas sofrer menos que o dos automóveis.