Guilherme Henrique do Valle Buozi é um menino extrovertido, que gosta de conversar, brincar e jogar videogame. E também é campeão antecipado no Campeonato Sul-Brasileiro de Velocross nas 50 cilindradas. Conheça melhor a história desse curitibano de sete anos, que desponta como uma das promessas do off road paranaense.
É curioso o modo como tudo começou, pois o pequeno não é filho de pilotos ou tampouco tem uma pista perto de casa. "Em 2017 fomos ver alguns amigos competindo, desde esse dia o Gui só falava em ter uma moto e nos questionava ‘que graça tem ir nas corridas sem ter uma moto para andar?’. Foi aí que decidimos apostar nele. Tínhamos um carro antigo, uma relíquia, então o vendemos para comprar uma minimoto. A partir daí nossa vida mudou”, comenta a mãe, Karine do Valle.
Logo nas primeiras voltas, o garoto mostrou talento, tanto no velocross como no motocross. Conquistou ótimos resultados, mesmo sem experiência atrás do guidão, e cativou a todos, público e adversários, com seu jeito simples e conversador. Então vieram os resultados, como o vice na Copa Crozetta de Velocross, em 2018, e os títulos na Copa Pro Tork Verão e Sul-Brasileiro de Velocross em 2019, sempre competindo com a sua Pro Tork TR50F.
Com o passar do tempo, e com o anseio do menino, a brincadeira ficou séria e ganhou intensidade. Agora, Guilherme é treinado pelo piloto Matheus Zerbatto, e pode contar com instruções de um atleta profissional. "O Gui tem um futuro promissor pela frente, super atencioso nas aulas, sempre buscando evoluir, aceitando o que falo, admitindo os erros e acertos. Vejo nele um campeão em um futuro muito próximo”, destaca Matheus.
O paranaense tem curtido cada momento dessa nova fase da vida, composta de treinos, aprendizado e imersão em um mundo diferente, repleto de adrenalina e barro. "Aprender com o Zerbatto é top!”, destaca o pequeno. "Correr é muito bom, curti desde a primeira vez. E ganhar também é ótimo”, complementa.
A família acelera junto
Hoje a rotina da família é um pouco em casa, uma parte na pista e outro tanto na estrada, no deslocamento entre uma e outra prova. Gui treina duas vezes por semana durante as manhãs e vai à escola, onde cursa a segunda série, nas tardes. Nem quando está em seu tempo livre ele deixa as duas rodas de lado, pois suas brincadeiras favoritas são fazer manobras de bicicleta e jogar games de corrida no Xbox.
No início, o pai Rafael Buozi e o tio Fabio Valle aprendiam técnicas de pilotagem no YouTube e passavam ao garoto, que só pensava em ir para as pistas. Hoje, todos acompanham de perto a evolução do menino e fazem o possível para que ele atinja seu sonho: seguir acelerando, ser Campeão Brasileiro de Motocross e correr nos Estados Unidos com Dangerboy Deegan, um norteamericano de 13 anos que já chama a atenção do mundo com seu modo de pilotagem.
Claro que além de saltos e sessões de costelas de terra há outros obstáculos no caminho, como os custos financeiros de um esporte caro como o motocross. Mas a família não se intimida. "Ele não tem patrocínio, somente nossos salários para bancar todos os custos de roupas, manutenção da moto, viagens, deslocamentos, alimentação, etc. Mas vê-lo nas pistas nos anima. O Gui é exemplo aonde vai e já é inspiração para muitas outras crianças”, destaca a mãe.
Falando em mãe, e como fica o coração quando vê o pequeno filho de sete anos disputando posições ombro a ombro? "Dispara, com certeza. Fico ansiosa, pois a cada dia ele está mais rápido, saltando mais alto, recebendo o apoio de pilotos mais velhos e do público. Mas a segurança vem em primeiro lugar, ele nunca entrou em uma pista ou um treino sem os equipamentos certos. É muito determinado e confiante no que faz, desde o início”, responde Karine.
Acompanhe o Gui Buozi
Neste momento Gui já está de malas prontas para o próximo desafio. Ele irá participar da etapa final do Arena Cross Brasil 2019, que acontece dias 22 e 23 de novembro em São Paulo. A prova ocorre durante o Salão Duas Rodas, o maior evento do segmento na América Latina.