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Wagner Moura é nomeado embaixador da luta contra trabalho escravo

07 ago 2015 às 13:43

A Organização Internacional do Trabalho (OIT) nomeou Wagner Moura como embaixador, no âmbito de uma campanha global de mobilização contra o trabalho escravo. O ator colabora com a OIT desde 2013, quando apoiou a campanha "Cartão Vermelho contra o trabalho infantil".

"Wagner Moura é reconhecido pelo seu envolvimento no combate ao trabalho forçado no Brasil, por isso estamos muito felizes em ter sua ajuda para aumentar a conscientização sobre esta questão", disse o diretor regional da OIT para a América Latina e o Caribe, José Manuel Salazar-Xirinachs.


"Atualmente existem 21 milhões de mulheres, crianças e homens em todo o mundo que são vítimas da escravidão moderna. Na América Latina existem 1,8 milhão de pessoas vítimas do trabalho forçado, de acordo com nossos dados. A escravidão não tem absolutamente nenhum lugar no mundo de hoje", completa Salazar-Xirinachs.


"A escravidão moderna é o mais primitivo dos desrespeitos ao direito da pessoa", avalia Wagner Moura. "É algo que me toca profundamente, porque eu cresci no interior do Brasil e vi por mim mesmo como a pobreza força as pessoas a trabalharem em condições de exploração, de abuso. É por isso que eu venho militando com meus companheiros do MHUD (Movimento Humanos Direitos), especialmente o padre Ricardo Rezende, ou em parceria com lideranças políticas sensíveis ao assunto para pressionar por leis e ações concretas para combater o trabalho forçado", completa o ator.


Ele ainda acrescentou que "a OIT é a agência das Nações Unidas que tem o mandato de promover a justiça social, e eu fico particularmente honrado com o papel de embaixador, não só por me sentir reconhecido por minha militância orgulhosa na área de direitos humanos, como também por me sentir fortalecido e poder ampliar minha contribuição, começando com a campanha 50 for Freedom, pois precisamos de um novo instrumento internacional na luta para acabar com a escravidão moderna e precisamos que os países o ratifiquem o mais rápido possível".


"Nós estamos super contentes de trabalhar com o Wagner, porque ele tem uma grande reputação como militante pelos direitos humanos no Brasil. O seu perfil também está crescendo a nível internacional. Ele pode ser um poderoso defensor desta causa, ajudando a OIT a passar a mensagem para aqueles com o poder de mudar a situação, e também se conectar com as pessoas, especialmente os jovens. O trabalho escravo está ao nosso redor, em países ricos e pobres, e todos nós podemos e devemos fazer a nossa parte para acabar de uma vez por todas com a escravidão moderna", disse a diretora de Comunicação da OIT, Marcia Poole.


Em junho de 2014, a Conferência Internacional do Trabalho da OIT decidiu dar um novo impulso à luta global contra o trabalho forçado, incluindo o tráfico de pessoas e as práticas análogas à escravidão. A Conferência votou com uma enorme maioria a adoção de um novo instrumento internacional, o Protocolo à Convenção sobre o Trabalho Forçado de 1930.


Em 12 de junho de 2015, a OIT lançou a campanha 50 for Freedom. Esta campanha global tem como objetivo aumentar a conscientização sobre o trabalho forçado e mobilizar o apoio do público para conseguir com que pelo menos 50 países ratifiquem o Protocolo até 2018.

A campanha foi lançada pelo Prêmio Nobel da Paz de 2014, Kailash Satyarthi, e pelo diretor-geral da OIT, Guy Ryder, durante um evento na sala do Conselho de Direitos Humanos na sede da ONU em Genebra. Satyarthi e Ryder inauguraram um painel com milhares de assinaturas apoiando o fim da escravidão moderna, incluindo as do presidente da França, François Hollande, do presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, e do ministro do Trabalho do Níger, Salissou Ada. O Níger foi o primeiro país a ratificar o Protocolo.
(com informações do site das Nações Unidas)


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